O Centrão é
bolsonarista
Professor
Nazareno*
O governo de Jair Bolsonaro
praticamente já acabou. Estamos diante de um dos maiores estelionatos eleitorais do Brasil. O eleitor do Bolsonaro foi
enganado, embora hoje disfarce a vergonha. O “Bozo” se elegeu em 2018 prometendo dentre outras coisas acabar com
o Centrão, aquele grupo de deputados fisiologistas que só pensam em verbas e
estão se lixando para o Brasil e para o eleitor. O presidente, seus filhos e
muitos dos seus seguidores prometiam solenemente que o “toma lá, dá cá” seria coisa do passado. “A partir de agora, vamos mudar o jeito de se fazer política neste país”,
diziam mentirosamente os candidatos bolsonaristas. “Se gritar pega Centrão (ladrão), não fica um, meu irmão” era a
música que o general Augusto Heleno, aliado de primeira hora e integrante
graúdo do governo Bolsonaro, gostava de cantar sorrindo há três anos.
Mas hoje, com medo de perder o apoio
na Câmara dos Deputados, o governo de Jair Bolsonaro traiu mais essa promessa
de campanha, enganou seus eleitores e não só vendeu a alma ao diabo como também
entregou o “coração do poder” aos
deputados do Centrão. A Casa Civil foi entregue “de mão beijada” ao PP, Partido Progressista. O deputado federal
Ciro Nogueira do Piauí, que antes já havia chamado Bolsonaro de fascista, é
agora o novo ministro da pasta. E o “Bozo”
estava certo: o Centrão representa tudo de ruim que existe na política do
Brasil. Desde a longínqua era de 1930, ainda com Getúlio Vargas, os políticos
integrantes dessa ala corrupta e fisiologista, cuja ideologia maior sempre foi
o dinheiro público, sempre mandaram nos destinos sociais e políticos do país.
Em 1964 golpearam a democracia e continuaram mandando até nos militares.
O Centrão esteve também ao lado do
PT e vários de seus integrantes foram
ministros do Lula, da Dilma e depois do Michel Temer. Quem foi que em
2016, quando ficou de “saco cheio com a
Dilma e com o PT”, deu um golpe na então presidenta? Da Ditadura Militar
passando pela Nova República, pelo governo de Fernando Collor e também pelo
governo neoliberal de FHC quem sempre deu as cartas foi o Centrão e seus
integrantes. Apesar de tudo de ruim que ele representa, sempre esteve no centro
do poder. Banqueiros, empresários, industriais, latifundiários, donos das redes
de comunicação, agropecuaristas são os donos do Brasil. Ingenuamente, ou até mesmo
de caso pensado, o “Bozo” durante sua
campanha disse que ia quebrar essa hegemonia, mas hoje com os milicos e tudo teve
de recuar e, para salvar os dedos, entregou os anéis.
A nossa política é dominada pela
elite, que sempre a usa para manter seus privilégios. Marcos Rocha, governador
de Rondônia, Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, os deputados estaduais e
federais, os senadores, os vereadores, o STF, todos eles com raríssimas
exceções, representam essa casta endinheirada e tudo farão para deixar “os pobres cada vez mais pobres e os ricos
cada vez mais ricos”. O agronegócio brasileiro, por exemplo, todo ano
bate “recorde em cima de recorde” na
produção de alimentos, mas a fome no país aumenta todo dia. Só em 2021 são mais
de 19 milhões de famintos. O Centrão e seus políticos permitem que nossas
escolas sejam de péssima qualidade, não investem nos serviços públicos básicos,
nos esportes e até “doam” ossos para
os mais pobres “comerem”. Com medo, o
“Bozo” já disse que é do Centrão, emudeceu
e se acovardou. E Lula só será o próximo presidente se esse Centrão permitir.
*Foi
Professor em Porto Velho.
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