Não morra agora,
“Mito”!
Professor
Nazareno*
O presidente
Jair Messias Bolsonaro está doente e internado em São Paulo com obstrução
intestinal, segundo a equipe médica que o atendeu. Há rumores de que ainda são
sequelas da facada que ele “teria levado”
durante as eleições presidenciais de 2018. O fato é que todos os brasileiros
deveriam rezar para que ele não morresse agora. Neste momento, todos nós,
cidadãos de bem ou não, deveríamos torcer pela sua pronta recuperação, pelo
restabelecimento de sua saúde e pela sua volta imediata ao cargo que ocupa.
Desejar a melhora de uma pessoa doente nada mais é do que educação, bons modos
e sentimento de empatia com o próximo e também respeito, principalmente com os
familiares do enfermo. Não é de bom tom nem normal desejar o mal aos outros e torcer
para que ele “leve fim” o quanto
antes. E seu lugar é na cadeia não num hospital.
Bolsonaro não pode morrer agora!
Seria uma das maiores injustiças de que se tem notícia. Mas durante a pandemia
do Coronavírus, pelo menos 540 mil brasileiros já perderam a vida. Desse total,
pelo menos uns 200 mil poderiam ter sobrevivido se o governo do senhor
Bolsonaro tivesse, com antecedência, comprado as vacinas que lhe foram
oferecidas há quase um ano. Se o Bolsonaro morrer agora sem ter que pagar na
Justiça por cada uma dessas mortes, muita gente vai chorar de frustração. Os
familiares desses mais de meio milhão de cidadãos ficarão decepcionados por não
terem visto a equidade prevalecer. São quase 20 milhões de infectados no país
que na maioria das vezes não tiveram nenhuma assistência do Estado e do Poder
Público. Horror: em Manaus no Amazonas, homens e mulheres morreram asfixiados
pela falta de oxigênio.
O tal do tratamento precoce contra a
Covid-19 incentivado por Bolsonaro e seus assessores também levou à morte
muitos brasileiros, principalmente os mais carentes e sem informações. Na CPI
da Pandemia, no Supremo Tribunal Federal ou até mesmo no Tribunal Penal
Internacional de Haia na Holanda, o senhor Jair Messias Bolsonaro e todos os
seus seguidores têm que pagar pelos seus crimes. A incompetência do governo Bolsonaro
causou muitas mortes e sofrimento a todos nós. Morrendo agora, ele se livra de
todas essas acusações e os seus admiradores continuarão livres e soltos para no
futuro, talvez em nome dele, cometerem mais barbaridades e atrocidades contra a
nação. Assim como Hitler, Mao Tsé-Tung, Josef Stalin, Fidel Castro e tantos
outros ditadores genocidas, “Bozo”
também cometeu crimes contra a humanidade e por eles deve pagar.
Se morresse agora, seria um grande
alívio para ele e para todos os bolsonaristas de plantão. Por isso, ele tem que
estar bem vivo e com saúde para presenciar a sua derrota acachapante nas
eleições do próximo ano. Isso se antes não sofrer um processo de impeachment
pelas atrocidades que cometeu e pelas declarações monstruosas contra a
democracia e contra as instituições que o mesmo proporcionou ao anedotário
político do país. Não devemos torcer pela sua morte, mas pela sua pronta
recuperação para, bem disposto e lúcido, ele pagar por todos os seus crimes e
ser humilhado perante a nação inteira. Não podemos ser frios, desumanos e
insensíveis como ele foi quando debochou publicamente de quem já morreu de
Covid-19. Os mortos não sofrem humilhação nem desgosto. E não será uma pequena
e simples obstrução intestinal que vai decepcionar os brasileiros que esperam
por Justiça. Com ou sem Bolsonaro, bolsonarismo nunca mais!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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