O “Coiso” é meu presidente
Professor
Nazareno*
Jair Messias
Bolsonaro é eleito presidente do Brasil com mais de 57 milhões de votos (27% dos brasileiros).
Governará a 8ª economia do mundo e será a partir de janeiro o representante
maior dos 210 milhões de habitantes. Nas urnas, derrotou com certa facilidade o
“poste” Fernando Haddad do PT. O “Mito” recebeu voto de homossexuais, de
quilombolas, de travestis, de professores, de muitas mulheres e de várias
outras minorias. Recebeu também o apoio incondicional de alguns fascistas,
esquerdistas, direitistas, religiosos (principalmente evangélicos), nordestinos
e por isso se caracteriza como o mais novo fenômeno eleitoral do mundo. Apesar
de estar há trinta anos fazendo política, é nos padrões do Brasil, aclamado
como o “novo”. Assim como o foram
também Jânio Quadros, Fernando Collor e até Adolf Hitler na Alemanha Nazista.
Integrante da velha ordem política,
o novo presidente entendeu muito bem o que teria que defender e falar para se
eleger presidente. Soube como ninguém o que dizer para captar o voto dos
desesperados. Suas frases de efeito e sua retórica de cachorro louco encantaram
multidões desesperadas e já cansadas com a política tradicional feita no país. Grande
parte de seus eleitores quiseram dar um basta à violência desenfreada na
sociedade. Acham que deram um não à corrupção sem freios na política e nos negócios
públicos. Entenderam que esse “Messias”
era a única e última tábua de salvação a que tinham de se agarrar. Mas todos
podem estar todos enganados. O “Mito”
com sua fala agressiva atropela todas as políticas de bom senso seguidas num
mundo cada vez mais preocupado com a democracia, as minorias e os direitos
humanos.
Ao contrário do que muitos acham,
Bolsonaro não acredita no que diz. Isto ficou claro quando ele foi esfaqueado.
Só faltou perdoar o seu agressor. Disse que nunca tinha feito mal a ninguém
para merecer aquilo, ignorando que suas atitudes para conseguir o voto dos mais
incautos sempre estiveram recheadas de ódio e de incitação à violência. Mas já
está mudando e se desculpando. Tomara que não seja mais uma farsa. O Brasil não
aguentaria tanta dissimulação. O fato é que Hitler não salvou a Alemanha,
Donald Trump não redimiu os EUA, Rodrigo Duterte não moralizou as Filipinas,
Jânio Quadros não varreu a corrupção e nem Collor caçou um só marajá. Por que
um obscuro político da extrema direita e oriundo da caserna conseguirá colocar
ordem num “cabaré sem a madame” como
é o Brasil? Ainda assim, torcerei para que
ele faça um bom governo.
O êxito do “Coiso” à frente dos destinos do Brasil será o triunfo de todos os
brasileiros. Dos mais humildes e despolitizados aos mais fascistas e
retrógrados. Do mais pobre ao mais endinheirado. Não votei nele nem votaria.
Mas quero que ele seja íntegro em seu governo, tenha vida longa para nos
administrar corretamente e tenha tempo para compreender que suas ideias estão
equivocadas e que precisam mudar. Serei oposição a ele enquanto o mesmo assim
pensar. Com meus textos, aplaudirei se acertar e o criticarei quando falhar. Porém,
ele tem uma árdua tarefa pela frente: apaziguar um país envenenado pela raiva e
pelo ódio semeado desnecessariamente antes e durante sua campanha eleitoral.
Jair Bolsonaro só ganhou por causa da roubalheira e da corrupção do PT, do PSDB,
do PDT, do MDB. O povo quer o fim da velha maneira de se fazer política aqui. E
se ele é o “novo” não aceitará o apoio
de quem perdeu. Vai conseguir?
*É
Professor em Porto Velho.
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