Mito, herói dos
combustíveis!
Professor
Nazareno*
O preço dos combustíveis no Brasil
não para de aumentar. Nesta segunda semana de 2022, de uma tacada só, a
gasolina subiu quase 19 por cento enquanto o diesel subiu 25% e o gás de
cozinha 16%. E a alegria explodiu entre muitos brasileiros, principalmente
aqueles seguidores do presidente Jair Bolsonaro. É que a cada aumento desses,
os números do Mito nas pesquisas eleitorais para presidente também aumentam. No
ano passado, por exemplo, quando o gás de cozinha custava uns 90 reais ou até
menos, Bolsonaro tinha pouco mais de 21 por cento nas pesquisas. O petista Lula
seria eleito no primeiro turno, segundo estas mesmas pesquisas. Hoje com mais
este aumento dos combustíveis, Bolsonaro disparou e ultrapassou os 31 por cento
nas intenções de votos. Assim, a cada aumento tem-se a certeza da eleição do
Mito já no primeiro turno.
Embora ele tenha dito várias vezes
que “não manda em nada” quando o
assunto é a Petrobras e a sua política de preços, presume-se que mais este
aumento nada tenha a ver com o líder dos brasileiros. E o Mito só ganha aplausos,
notoriedade e admiração a cada declaração dada. Seu competente ministro da
Economia, Paulo Guedes, deveria ser laureado com o Nobel de Economia. Durante a
campanha em 2018, o futuro ministro Guedes prometeu a botija de gás a 35 reais
e gasolina a menos de 2,50 o litro se eles ganhassem as eleições. Ganharam! E
três anos depois daquelas “sábias
palavras” a gasolina está a quase nove reais e o gás foi para 130 reais a
botija de 13 quilos e com perspectivas de aumentarem ainda mais. Os eleitores
bolsonaristas vibram de euforia e de satisfação com estes preços altos. Afinal,
a popularidade de seu líder também sobe.
A desculpa para o aumento agora é a
guerra na Ucrânia. Antes era a pandemia. Deve ter sido por isso que Bolsonaro
foi dar solidariedade ao Putin um pouco antes de o presidente russo atacar os
ucranianos e iniciar mais um conflito. O raciocínio do Mito é simples: “com uma guerra na Europa, os preços dos
combustíveis aumentam no mundo inteiro e como eu não mando na Petrobras nem
nessa política de preços, a minha popularidade também aumenta por aqui”. Os pobres, os caminhoneiros, os motoristas de
aplicativos e também algumas outras profissões que poderiam ser prejudicadas,
receberão um auxílio do governo para calarem a boca e continuarem apoiando e
votando no seu ídolo. E a Petrobras tem que dar lucro para os seus acionistas!
E isto já aconteceu no ano passado quando a “divina” estatal lucrou quase 107 bilhões de reais.
O povo do Brasil tem que votar e
reeleger o Bolsonaro, mesmo com os preços dos combustíveis nas alturas. Com
Lula e o PT a coisa pode não dar certo. Triste: quando esteve no poder, a
esquerda roubou a estatal como ninguém. Já pensou se Pedro Barusco, Nestor
Cerveró, Jorge Zelada, Paulo Roberto Costa, Alberto Yousseff, Renato Duque e
tantos outros voltarem ao comando da estatal? E todos eles sendo comandados
pela Dilma Rousseff como ministra das Minas e Energia? Melhor nem pensar na
tragédia que seria. Assim, vale a pena pagar qualquer preço pela gasolina, pelo
diesel e pelo botijão de gás. “Podemos
até pagar caro pelos combustíveis, mas temos o nosso nome limpo” é o
raciocínio de muitos brasileiros patriotas que voltaram a andar a pé e cozinhar
com lenha. Até as eleições que reelegerão Jair Bolsonaro para mais quatro anos
como presidente, a gasolina estará uns 15 reais e o gás uns 200. Mas todos
felizes!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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