Aliados: Maduro,
“Bozo” e Putin
Professor
Nazareno*
O velho ditado diz
que o mundo não dá voltas, ele capota. E é o que estamos vendo agora com
relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Poucos dias antes de Vladimir
Putin ordenar a invasão do país vizinho, Jair Bolsonaro foi a Moscou prestar
solidariedade ao presidente russo. “Parece
que ele, o Bolsonaro, está do lado oposto”, discursou a porta-voz do
governo dos Estados Unidos. E estava mesmo só que ninguém esperava, muito menos
aqueles bolsonaristas mais exaltados, que o seu “querido presidente”
estaria também ao lado de Nicolás Maduro o tão criticado mandatário da
Venezuela. Neste grupo, junto ao Bolsonaro também se podem incluir os
presidentes de Cuba, da Nicarágua, da Coreia do Norte, Eritreia, Belarus e
também o ditador da Síria. Quase todos eles são comunistas convictos ou
esquerdistas. O “Mito” é a piada
pronta!
Todo ditador, seja ele de direita ou
de esquerda, geralmente é um sujeito limitado, boçal, antissocial, sanguinário,
desumano, infame, misógino, frio, escroque, genocida, ambicioso, mentiroso, antidemocrático
e preconceituoso. A invasão da Ucrânia mostra muito bem muitas destas
características no Putin. E se a mídia estiver correta, percebe-se também quase
tudo isso nos seus apoiadores e seguidores. E como o Brasil sempre foi um país
sem muita importância na geopolítica mundial, o nosso presidente poderia não
ter que pagar mais esse mico internacional: apoiar, mesmo que indiretamente, as
pretensões imperialistas de um ditador sanguinário que invade outro país
soberano. “Países não tem amigos nem
inimigos, têm interesses” disse certa vez o Winston Churchill. Então, o que
ganha o Brasil ao apoiar o Putin, a reboque do mundo?
O “Bozo” praticamente se elegeu falando mal do Socialismo, do
Comunismo e de todos os regimes políticos de esquerda. Do professor Paulo
Freire a Nicolás Maduro, o presidente da Venezuela, o então candidato do PSL
não media palavras para esculachar a todos. “O nosso país nunca mais será governado por um presidente de esquerda”,
bradava sorrindo. No Brasil, antes de se eleger, ele e os seus seguidores
detonavam também o Centrão, o grupo político que segundo eles representa a
velha política, representa a corrupção e os desmandos da coisa pública. Hoje
não só está aliado a esse bloco político como praticamente entregou o seu fraco
e desacreditado governo aos deputados e senadores do referido esquema corrupto.
Definitivamente, Bolsonaro ou é muito burro ou nada entende de geopolítica mundial.
Ou as duas coisas.
Não há mocinhos nesta guerra lá na Europa, mas
não há como negar que o único responsável é o Vladimir Putin que invadiu e
provocou toda esta carnificina. “São os
lunáticos comandado os idiotas”. E para isso, ele ainda recebeu a solidariedade
do presidente brasileiro. E se não acabarem logo os ataques, em pouco tempo os
ucranianos podem não ter mais as suas lindas cidades nem o seu país. Por isso,
a “russofobia” avançará cada vez mais
num mundo que não aguenta mais ver tanto sofrimento e tantas mortes
desnecessárias. E se o eleitor brasileiro não tirar democraticamente o senhor
Jair Bolsonaro do poder em outubro próximo, o Brasil poderá infelizmente também
enfrentar esta avassaladora aversão internacional e muitos boicotes. Aliás, o
Maduro já está “se bandeando” para o
lado dos Estados Unidos ao oferecer petróleo para os americanos devido às
sanções impostas aos russos. E afinal, de que lado o “Bozo” está?
*Foi
Professor em Porto Velho.
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