Bolsonaro no supermercado
Professor Nazareno*
Tentando imitar
a primeira ministra da Alemanha, Angela Merckel, o presidente do Brasil Jair
Bolsonaro também foi ao supermercado fazer compras. Há umas duas semanas, o
mandatário brasileiro teria sido visto em um minimercado da Asa Norte no
Distrito Federal empurrando tranquilamente o seu carrinho de compras. Tal qual
a chanceler alemã, Bolsonaro estava sozinho e sem nenhum segurança. Algumas pessoas
o cumprimentavam somente para mostrar boa educação. Sem ser importunado, o “Mito” comprou de tudo e como todo bom
brasileiro, reclamava dos preços e às vezes até fazia piadas com alguns
produtos. Na fila do osso, por exemplo, ele afirmou que “nunca na História deste país os cidadãos pobres tiveram tanto acesso à proteína
animal. E com mais de 230 milhões de cabeças de gado, ninguém passará fome”.
Como em Rondônia!
Quando um cidadão de classe média
tentou puxar conversa com ele próximo à boca do caixa, o mesmo evitou falar e
foi direto: “desculpe-me, meu bom senhor,
mas estou um pouco apressado, pois tenho que dar expediente no Palácio do
Planalto e por isso não se pode demorar muito”. O carrinho do nosso querido
mandatário estava lotado. Tinha de tudo. Até gasolina ele havia comprado, pois
levara vasilhame específico só para esse fim. “Não gosto de comprar combustíveis em postos de gasolina, pois lá estão bem
mais caros”, admitiu o popular presidente do Brasil. Há uns três anos,
quando o PT e as esquerdas governavam o país e a Petrobras estava sendo
saqueada, era possível comprar combustível nas bombas até por 2,70 reais.
Agora, depois que tudo foi devidamente consertado, qualquer cidadão enche seu
tanque e ainda sai sorrindo e feliz.
Sem usar máscara pelo simples motivo
de que a pandemia do Coronavírus já está devidamente controlada em quase todas
as partes do país e também por que “não é
um item obrigatório”, Bolsonaro deu a entender que nenhuma ameaça pandêmica
pode se instalar entre nós. “A PGR e
outras instituições nacionais não deixariam isto acontecer”, acredita o
presidente. “Nos últimos quatro anos, os
preços baixaram em quase todas as mercadorias”, admitiu o sorridente líder
dos brasileiros. Realmente, da gasolina, à energia elétrica e passando pelos
produtos de primeira necessidade o que se observa é uma baixa generalizada em
todos os setores. Por isso, a compra de fuzis e de outras armas em vez de se
comprar feijão, carne, farinha, verduras ou arroz tem sido incentivada pelo Bolsonaro.
Muitos de seus seguidores, orgulhosos, imitarão seu chefe.
O “Grande Líder”, muito tranquilo, empurrou o seu carinho de compras
até o estacionamento onde estava seu velho Pálio, ano/modelo 2016. No trajeto
para casa, buzinava cumprimentando os vários eleitores que, sempre de moto, o
reconheciam e faziam questão de acompanhar o presidente mais popular da
história deste país. Perguntado por que gostava de fazer compras em
estabelecimentos pequenos de Brasília, ele disse que evitava fazer a sua feira
no STF ou no Congresso Nacional. “Esses
supermercados não têm acompanhado ultimamente a política de preços do governo”,
disse em tom de desabafo. Angela Merckel vai deixar o poder na Alemanha com
popularidade superior aos 80%. Já o Bolsonaro, se sair do poder por aqui, ainda
terá um Ibope bem superior a isso. O “Mito”
fora do governo terá dificuldades de andar sozinho pelas ruas por causa dos fãs
e seguidores. Devia morar num quartel das FFAA.
*Foi
Professor em Porto Velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário