A derrota do
arruaceiro
Professor
Nazareno*
Jair Bolsonaro, o presidente-arruaceiro
do Brasil, foi derrotado mais uma vez. Pressionado por todos os lados e com a
popularidade em baixa, dessa vez o “arremedo de presidente” sofreu mais um revés. A
PEC, Proposta de Emenda Constitucional, defendida por ele e que acabaria com as
urnas eletrônicas e ressuscitaria o voto impresso nas eleições do próximo ano,
foi sumariamente derrotada na Câmara dos Deputados. Tal emenda para ser aprovada
precisaria de 308 votos. Recebeu “apenas”
229. Isso apesar de o aprendiz de ditador ter mobilizado obsoletos tanques de
guerra e invejável aparato militar somente para intimidar os parlamentares que
votavam. Despreparado e incompetente, o “Bozo”
imitou o general Newton Cruz, que em abril de 1984 mobilizou pateticamente as
Forças Armadas para barrar a emenda das Diretas Já!
Naquele momento,
a emenda do deputado Dante de Oliveira foi derrotada, mas em seguida acordou o
país inteiro numa cívica campanha pela realização de eleições diretas para
presidente da República e praticamente decretou já no ano seguinte o fim da
horrorosa e assassina aventura militar no país. Com a acachapante e humilhante
derrota, o presidente embusteiro e sua “ditadurazinha
de quase três anos” também já chegaram ao fim. O bolsonarismo está
derrotado e superado. E para a alegria geral, prevaleceu a democracia. Diferente
de 1984, quando éramos governados pelos militares golpistas. Bolsonaro está
encurralado e sai de cena bem menor do que quando entrou prometendo “mundos e fundos”. Triste: atacou sem
tréguas a democracia, criou crises institucionais, semeou o ódio, dividiu toda
a sociedade e ainda manchou o nome do Brasil no exterior.
Acossado pela
CPI da Pandemia, que mostrou ao mundo a incompetência de um governo que não
soube enfrentar uma crise sanitária que já ceifou mais de 564 mil vidas por pura
incompetência e amadorismo, o malcriado capitão devia agora baixar a cabeça com
esta derrota, silenciar e entregar de uma vez o governo para quem sabe governar
e gosta. Na verdade quem manda mesmo no Brasil neste momento é o Centrão,
aquele grupo de deputados corruptos e fisiológicos antes criticados ferozmente
pelo presidente Bolsonaro e aliados e a quem hoje vergonhosamente o “Mito” já se aliou. Derrotado, humilhado
e sem comando nenhum mobilizou uma patética parada militar só para provocar e
mostrar o que não tem: força política. Ficou mais fraco. Ou seja, fez um
cortejo militar para que os militares lhe convidassem para assistir a outro
cortejo militar.
Só que esta
pauta do voto impresso votada pelo Congresso Nacional foi um absurdo, algo
ridículo e totalmente sem propósito neste momento crítico que vivemos. Existem
outras prioridades nacionais. O Brasil vive uma grave crise hídrica e
energética e pode nos faltar energia em breve com possíveis apagões. Há
incêndios na Amazônia e no Cerrado piorando a questão ambiental do planeta. O
país sofre com o descontrole da pandemia do Coronavírus e não há vacinas para
todos. A inflação e o desemprego só aumentam. A violência e a pobreza aceleram.
Mas parece que o vil mandatário vive em outro planeta. Tanques de guerra
desfilando em Brasília excitaram militares, alegraram Bolsonaro, causaram
euforia em mentalidades golpistas e intimidaram a nossa frágil democracia. Mas
a resposta veio de foguete e a soberania popular derrotou o aspirante a
ditador. O arruaceiro só envergonhou o Brasil com este pífio desfile. Tchau,
ditadores!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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