Cala a boca,
Bolsonaro!
Professor
Nazareno*
Até agora, pouco
mais de um ano depois, a pandemia da Covid-19 já matou mais de meio milhão de
brasileiros. E o presidente Jair Bolsonaro tem uma parte da culpa por este
número tão elevado de mortes no Brasil. Pesa contra ele o fato de não ter
comprado imunizantes dos laboratórios quando lhe foram oferecidos no ano de
2020. Se tivesse comprado vacinas com bastante antecedência, talvez tivesse
evitado pelo menos uns 100 mil óbitos. Porém, o maior erro do “Bozo” não foi somente este. As suas
declarações absurdas e desrespeitosas durante as entrevistas o colocam na
berlinda e aumenta o ódio das pessoas, principalmente as que perderam entes
queridos pela ação do Coronavírus. Se durante esta pandemia, o presidente do
Brasil fosse o líder Mahatma Gandhi ou até mesmo Jesus Cristo, o total de óbitos
também teria sido grande. Umas 400 mil mortes.
Países como os
Estados Unidos e grande parte da Europa desenvolvida e civilizada tiveram
também números bastante elevados de mortos pela Covid-19. A diferença, no
entanto, se dá pela reação de seus líderes. É muito pouco provável que Gandhi
ou Jesus Cristo desdenhasse da morte de seus conterrâneos como faz
descaradamente o presidente do Brasil. Com exceção de Donald Trump, ex-presidente
dos Estados Unidos, seria também muito difícil um líder europeu tratar os
mortos pela pandemia em seus países com total desrespeito e falta de
sensibilidade. Nos dias em que eu enterrava a minha sogra e o meu cunhado, que
foram vítimas da doença, o presidente do meu país pedia em rede nacional para
que os brasileiros parassem com frescura e mi mi mi. “Parem de ser maricas! A vida tem que continuar”, disse sorrindo e
debochando.
Bolsonaro age de
forma monstruosa quando fala e não respeita os muitos mortos pela pandemia. Não
tem empatia com quase ninguém e quando abre a boca agride de forma
desnecessária todos os que estão de luto e sofrendo. Grosseiro e mal educado
diz que não é coveiro. Em recente entrevista no interior de São Paulo, por exemplo,
agrediu uma repórter que lhe questionava por que não estava usando máscara. Na função
de presidente de uma nação, o “Bozo”
não tem a menor liturgia pelo cargo que ocupa, como dizia o ex-presidente José
Sarney. Sempre nervoso, gritando muito, falando alto e acuado parece estar
querendo se defender de alguma culpa. Ataca indiscriminadamente jornalistas,
principalmente se for mulher e aos berros e se cuspindo todo, manda todos
calarem a boca. Triste, mas é este tipo de gente que governa o Brasil para delírio
geral.
Muitos dos
cidadãos que perderam parentes nesta pandemia talvez não votem mais neste
arremedo de presidente grosso e sem educação. E os seus seguidores não precisam
mais defendê-lo, pois “escândalos já vêm
à tona”. Até a falsa crença de que não há corrupção em seu desastrado
governo está caindo por terra. Num momento em que o presidente demonstra total
descontrole emocional, surgem denúncias de desvio de dinheiro na compra da
vacina indiana Covaxin. Segundo o Jornal “O
Estado de São Paulo”, o superfaturamento na aquisição do imunizante supera
os mil por cento. Das duas uma: ou o presidente do Brasil não tem uma boa
assessoria para lhe orientar nas suas falas e entrevistas ou simplesmente ele
não aceita conselhos de ninguém. O fato é que o “Bozo” devia se calar para não se comprometer ainda mais na sua busca
pela reeleição. Calado, não nos envergonharia tanto e seus fãs ficariam bem mais
aliviados.
*Foi
Professor em Porto Velho.
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