Rondônia despedaçada
de novo
Professor
Nazareno*
Rondônia de novo
chega às manchetes nacionais. E o motivo é o de sempre: corrupção, roubalheira,
maracutaias, conchavos, ladroagem, coisas mal feitas. E mais uma vez é a
Assembleia Legislativa do Estado a responsável pelo massacre da imagem desta
ínfima, distante e combalida unidade da Federação. O jovem Estado é uma espécie
de “cu do mundo”, com todo o respeito
ao esfíncter anal. É o suprassumo da merda. Um lugar “sem eira nem beira” distante de tudo e de todos. Neste final do ano
de 2019, a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado deflagraram a
Operação Feldberg com várias prisões visando desarticular organizações
criminosas que têm a participação de servidores públicos na prática da “rachadinha”, em irregularidades na
eleição do atual presidente da ALE/RO, além de outras falcatruas em operações
com gado na Idaron.
Num momento crucial como este para o
desenvolvimento da região, uma operação desta coloca outra vez o nome de
Rondônia no limbo. Difícil levar a sério um Estado cujo Poder Legislativo é uma
brincadeira, um faz-de-conta. Como renegociar a dívida do Beron em termos mais
vantajosos para Rondônia, por exemplo? Como dar prosseguimento ao processo de
transposição e mandar mais funcionários públicos estaduais para o quadro
federal? Qual a credibilidade, qual o exemplo de uma Assembleia Legislativa que
abre uma CPI para apurar as irregularidades da concessionária de energia
elétrica, a Energisa? A Assembleia fiscaliza a Energisa e quem fiscaliza a
Assembleia? Como pedir ao Governo Federal que crie vagas na única universidade
pública do Estado só para os alunos nascidos aqui se nos falta ética?
Essa gente só pode estar de
brincadeira com Rondônia. Não é possível que tenhamos voltado mais uma vez para
o lodo, para o lixo, para o esgoto. Não é aceitável que continuemos sendo a “latrina do Brasil”. Operações policiais
já viraram rotina nesta terra de pouca lei, nesta terra que nunca é levada a
sério. Mas infelizmente Rondônia não é mesmo um lugar sério. Recentemente o
governador do Estado, coronel Marcos Rocha, assinou a papelada para construir
um tal de Centro de Convenções. Mais de 12,8 milhões de reais é a quantia
destinada para este fim, além de reformas no “Estádio” Aluízio Ferreira de Porto Velho. E ainda dizem que é um
sonho para a população rondoniense. E o “açougue”
João Paulo II continua a ser o pesadelo? Onde será construído o novo hospital
de pronto-socorro da capital? Ou não precisa mais?
Os órgãos que destinam as verbas
para construir estes elefantes brancos não poderiam ver a situação do velho “açougue” desta capital? Eles não são
informados das nossas necessidades mais urgentes? Dirão que cada verba tem seu
fim, seu objetivo, sua função. Mas este Estado não tem mais prioridades? O ser
humano, principalmente o pobre, parece que não é prioridade para os políticos
nem para os governantes. “Centro de
Convenções Cidade Cultural” num lugar que nem cultura tem. Reforma no
Estádio de futebol numa cidade que também nem futebol tem. A não ser que Genus
e Rondoniense sejam times de futebol. “Isso
vai nos deixar aptos para jogos oficiais”, dizem. Enquanto isso, os pobres
continuam sendo massacrados e mortos diariamente no precário e vergonhoso
sistema público de saúde deste falido Estado. Já há medidas para evitar as queimadas
no próximo verão? Os políticos destroem Rondônia. E todos riem.
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
A crítica é muito contundente, professor. Mas pasme, o presidente da ALE/RO não é afável nem justo quando a recebe. Ele bloqueia a todos que,em suas postagens, o criticam. . Daí já se vê o quão desonesto ele é. Veja nas publicações dele o quanto de bajuladores existem . Veja quanto de crítica há. É vergonhoso.
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