Nem direita nem
esquerda
Professor
Nazareno*
O Brasil da
atualidade está dividido politicamente. De um lado, a esquerda e os
esquerdistas defendendo o “Lula Livre”
e ainda se lamentando do golpe sofrido por Dilma Rousseff em 2016. Do outro, os
coxinhas, reacionários e direitistas que se juntaram à extrema-direita para
tecer loas ao “Mito” e ao atual
governo de plantão. No centro e tomando nele, fica o povão, que não sabe o que
é direita ou esquerda e que sofre as agruras ditadas pelos “donos” do poder. Ambos os defensores
deste ou daquele sistema social e político estão errados se levarmos em conta a
triste realidade do Brasil em seus quase 520 anos de História. Nosso país foi
governado 506 anos pela direita e “somente”
13 anos pela esquerda. Em 2019, inicia-se um governo da extrema-direita e como
sempre prometendo “mundos e fundos”
para os brasileiros mais carentes e pobres.
Todos eles,
tanto direitistas quanto esquerdistas só pensam neles próprios. O Brasil de
hoje tem uma das maiores desigualdades sociais o mundo e segundo cálculos
otimistas, conta com uma população de quase 20 milhões de pessoas vivendo
abaixo da linha da pobreza e na miséria total. Isso num país que é o segundo
maior produtor de alimentos, tem as maiores extensões de terras agricultáveis
do planeta e é um dos maiores produtores de commodities que se conhece. O
Brasil alimenta o mundo inteiro com a sua enorme produção agrícola, mas é
incapaz de matar a fome de seus famintos e miseráveis. É como disse o
jornalista Diogo Mainardi: “o Brasil não
tem partido de esquerda, de direita, de nada. Tem um bando de salafrários que
se reúnem para roubar juntos”. Já pensou se o PT e seus asseclas tivessem
nos governado durante 506 anos?
O brasileiro, de
um modo geral, não tem ideologia nenhuma. A maior luta ideológica por aqui
sempre foi roubar o Erário e ficar rico à custa do povo sofrido. Poucos
governantes pensam no benefício da nação como um todo. Governar no Brasil tem
sido sinônimo de enriquecimento ilícito e de divisão unilateral dos recursos do
país. Partidos políticos e outras agremiações são fundadas para se apoderar, em
tese, de uma riqueza que poderia nos proporcionar uma nação bem menos injusta
sem pobres ou miseráveis. Como pode este país figurar entre as dez maiores
potências econômicas da atualidade e ter um IDH não compatível com toda esta
riqueza? Nossa educação, nosso sistema de saúde e toda a nossa infraestrutura
poderia ser melhorada com este alto PIB. Em meio a tanta riqueza, uma população
inteira de pobres e excluídos anda desolada.
Nem Lula, nem
Dilma, nem Haddad, nem o PT resolveram nem vão resolver os problemas dos
brasileiros. Assim como o Bolsonaro, seus filhos, o Sérgio Moro, o Mourão e o
PSL também não vão resolver coisa alguma. Mesmo que pudessem, eles não
quereriam. Ciro Gomes, João Amoedo e tantos outros, idem. Todos estão ricos,
poderosos, famosos e assim vão continuar. Todos os políticos, com raríssimas
exceções, estão preocupados é com as suas fortunas, lícitas ou ilícitas. E o
pobre que “continue pastando” se
quiser colocar comida em sua mesa, se quiser criar seus filhos. Para muitos
destes políticos, infelizmente, o Brasil e os brasileiros são apenas um mero
detalhe na paisagem. Discutir questões morais e religiosas num país de famintos
e semianalfabetos é uma ironia infame. Quem quer saber de censura, de tortura,
de direita, de esquerda, de STF, de Previdência ou outra coisa se o alimento
não lhe chega à mesa?
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Muito bom, professor! Tive o privilégio de assistir sua aula, aqui na cidade de Jaru, o seu blog tem um conteúdo que certamente vai agregar muito. Feliz pela descoberta.
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