Sem dias lá e
aqui
Professor
Nazareno*
Com muitas
dificuldades os novos mandatários do Brasil e de Rondônia, eleitos no final do
ano passado, chegaram aos cem dias de governo à frente de suas respectivas
administrações. Um desastre anunciado e absolutamente nada de mudanças nos
rumos esperados para quem, numa rompança absurda, mentirosa, nacionalista e
triunfante, anunciava aos quatro cantos que “de agora em diante” mel e leite jorrariam de todas as ruas do país
e que a vida dos governados melhoraria radicalmente. A montanha pariu um rato.
Governos pífios, perdidos e sem rumo é o que se tem visto de norte a sul. As
novas administrações têm tudo para fazer parte do folclore político além de se
caracterizarem como uma repetição pior de tudo já visto antes. Nada,
absolutamente nada de novo aconteceu nem lá nem aqui. Fato: em alguns casos
voltamos foi no tempo.
Em Rondônia, por exemplo, nada de novo
aconteceu neste período. Quando há pouco mais de três meses o Coronel Marcos
Rocha, uma espécie de preposto do “Mito”
entrou para nos governar, o “açougue”
João Paulo Segundo de Porto Velho era um campo de extermínio de pobres.
Continuou tranquilamente matando muitos dos eleitores miseráveis da capital
rondoniense só que agora com um ingrediente macabro: ratos e muitas baratas. O
infame logradouro público está infestado de ratazanas gordas que correm
alegremente em meio aos pacientes lá internados. Não houve neste período
nenhuma decisão que pudesse ter melhorado a vida de quem quer que seja. No
âmbito da máquina administrativa do Estado, houve um aumento de funcionários
comissionados em detrimento de servidores legalmente concursados. Rondônia vai
falir.
Em Brasília,
Bolsonaro coleciona uma decepção atrás da outra. Nunca, em tão pouco tempo um
presidente do Brasil tinha índices tão baixos de popularidade. Em sua
desastrada viagem aos Estados Unidos, o nosso mandatário maior foi se humilhar
covardemente perante os norte-americanos e entregar parte de nossa soberania a
Donald Trump. Bolsonaro tem se mostrado um presidente muito fraco,
despreparado, sem leitura de mundo e avesso ao mundo das negociações políticas.
Governa o país pelas redes sociais e toda vez que abre a boca, é um desastre
sem tamanho pelas declarações absurdas que faz. Só diz barbaridades. Seus
ministros são também muito despreparados e até o da pasta da Educação, o
colombiano Vélez Rodríguez, já foi devidamente demitido do cargo que
desastradamente ocupava. Muitos deles têm ínfima popularidade.
Damares Alves, Ernesto Araújo e outros assessores e
ministros do presidente são figuras folclóricas que só servem para falar
abobrinhas, disparates, tolices e por isso mesmo envergonhar o Brasil e os
brasileiros. Muitos eleitores dessa
gente já estão arrependidos e se pudessem se escondiam de seus amigos e
familiares. Estão calados e não dão um pio. Conheço muitos assim. Há mesmo algo
de surreal em Brasília. “O Nazismo era de
esquerda” ou então “Não houve
ditadura muito menos golpe militar no Brasil em 1964”. O Brasil já virou
chacota internacional e as críticas começam a se avolumar. O gás de cozinha não
para de subir. O preço da gasolina está nas alturas. Em Rondônia foi a energia
elétrica que subiu sem controle. Esses governos nada fizeram, estão perdidos e
sem rumo. O colapso é iminente. Cem dias do capitão Bolsonaro no Brasil e do
coronel Marcos Rocha em Rondônia. Sem dias de alegria lá e também aqui.
*É Professor em Porto Velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário