Hitler para
presidente!
Professor
Nazareno*
O sucesso do Nazismo e de Adolf
Hitler na Alemanha se deu por conta do desespero do povo alemão, insatisfeito
com os termos do Tratado de Versalhes, logo após a Primeira Guerra Mundial.
Menos de uma década depois do triste armistício a Alemanha, a outrora potência
econômica da Europa e do mundo, era humilhada pelos países vencedores daquele
conflito e o seu povo explorado ao extremo. Sem nenhuma perspectiva de futuro,
os germânicos só pensavam em vingança e para isso, chega ao poder máximo do
país um sujeito que nem alemão era: diante do perigosíssimo vácuo na política, o
austríaco Adolf Hitler convence os germânicos de sua “superioridade” sobre os demais povos da terra e assim abre caminho
para os arianos se vingarem da “maior
injustiça já traçada contra seu povo”. Outra guerra agora é só questão de
tempo.
Guardadas as devidas proporções, o
Brasil vive hoje na política um drama muito parecido com o da Alemanha das
décadas de 20 e 30 do século passado. A política e os políticos há tempos
perderam o seu valor entre nós. A roubalheira, a corrupção, os desmandos, a
impunidade e a desfaçatez de nossos mandatários liquidaram a pouca
credibilidade que ainda se tinha. O atual presidente do país, o golpista Michel
Temer tem menos de 5% de apoio popular. Vários de seus ministros estão presos e
muitos deles estão sendo investigados por falcatruas. Na maioria dos Estados e
nos municípios o drama é o mesmo. Há muitos políticos respondendo processos e
as operações da Polícia Federal não param. O que se ouve frequentemente é que
boa parte do eleitorado vai anular o voto nas próximas eleições ou simplesmente
se abster de votar em 2018.
O Brasil vive hoje um perigoso vazio
de poder onde a maioria da população não tem a menor confiança nos seus
governantes. “Todos os políticos são
ladrões”, é a cantilena nacional. Neste ambiente, aduba-se o terreno e cria-se
o clima favorável para o aparecimento de um salvador da pátria. E muitos já
estão com o “pé na estrada” para “salvar o país” dos aproveitadores. Basta
verificar o que dizem as pesquisas eleitorais faltando pouco menos de um ano
até as próximas eleições presidenciais. Levando-se em conta o perfil cultural
do eleitorado brasileiro, podem-se esperar mudanças desastrosas no cenário
político. A antológica estupidez do brasileiro e a sua falta de conhecimento na
política associadas a pouca ou nenhuma escolaridade do cidadão comum podem nos levar
a um desastre pior do que o vivido na Alemanha entre as duas guerras mundiais.
A burrice dos brasileiros é tão
grande que se Adolf Hitler fosse candidato a presidente do país, correria o
risco de ser eleito com ampla margem de votos. Hitler, Idi Amin de Uganda, Pol
Pot do Camboja, Jean Bokassa da República Centro-Africana, Stalin ou qualquer
outro sanguinário e genocida ditador levaria a maioria dos votos dos
brasileiros, muitos deles incultos e despolitizados. Óbvio que nenhuma destas
figuras se levantaria do túmulo para incomodar nossos cidadãos, porém muitos
dos seus seguidores e admiradores já estão em campanha aberta e pior: correndo
sério risco de nos governar pelos próximos anos. Há políticos honestos, sim. Há
muitos brasileiros que podiam governar o país de maneira séria, mas nenhum quer
se associar a esta bandalheira que aí está. Se as coisas não mudarem, corre-se
o risco de estarmos chocando o ovo da serpente. “Esse Hitler é paulista, mineiro, do PT, PP ou do PMDB”?
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Postar um comentário