Retrospectiva
sem perspectivas
Professor
Nazareno*
O ano de 2016 está quase no final e a
ladainha não mudou em nada. Pessoas se confraternizam toscamente e na maioria
dos casos desejam uns aos outros um ano novo repleto de alegrias e esperanças.
Só falsidade mesmo, pois quem viveu o ano de 2106 e sobreviveu a ele sabe que o
próximo ano será muito, mas muito pior do que este que está terminando. Pior na
política, na economia, nos esportes e na vida cotidiana dos brasileiros. No
Brasil não há retrospectiva, pois foi tudo muito igual como nos outros anos que
findaram. Em 2016, os políticos roubaram como nunca o Erário e não houve, como
rotineiramente nunca há, nenhuma reação da população explorada. Em Rondônia não
foi diferente em nada. Aqui, na maior cara de pau, parte da mídia continuou a
se confraternizar com a classe polícia, o dinheiro foi curto e o sofrimento
todo aceitável.
Em quase tudo, o ano que se encerra foi
igual aos outros. Tudo continuou a mesma desgraça de sempre. O povo continuou à
mercê da vontade dos governantes e de nada reclamou. Aqui nada mudou para
melhor. A cidade de Porto Velho continuou com a mesma sujeira e imundície
características e o povo explorado pelas autoridades continuou alegre e feliz
como se nada disso fosse anormal. O hospital João Paulo Segundo da capital
rondoniense iniciou o ano de 2016 como um campo de concentração e terminou o
ano como um campo de extermínio de pobres. Houve mudança? A sujeira das ruas de
Porto Velho não mudou em nada. Tudo ainda está sujo e fedido. A educação dos
portovelhenses (a falta) continuou a mesma: no comércio, escolas, ruas e
repartições públicas. Como entender que as pessoas no final de 2015 nos
desejaram um feliz 2016?
Mas é bom aceitar e até se alegrar por
enquanto, pois 2016 foi um ano excelente se comparado ao ano que virá. Acreditem!
2017 será pior, mas muito pior para todos nós brasileiros e rondonienses. Mesmo
com a Operação Lava Jato funcionando a todo vapor, os políticos vão continuar a
roubar o Erário como sempre fizeram. A desfaçatez dos poderosos em relação aos
mais necessitados continuará. Na política, o ano de 2016, assim como o de 1964
nos reservou um golpe de Estado dado, de novo, pela elite nacional. Michel
Temer é um Castelo Branco do século XXI e o povão, como sempre, não entendeu
nada. De camisas amarelas da seleção e gritando “Fora, Dilma! Fora, PT!”,
muitos idiotas despolitizados saíram às ruas para pedir o pior. E a desgraça
veio a cavalo. Quase ninguém percebeu que os golpistas queriam apenas se livrar
da Lava Jato.
Sem maiores investimentos em educação de
qualidade e com os mesmos políticos a “servirem” o povo, as coisas no
Brasil não têm perspectivas de nenhuma melhora no ano que iniciará em breve.
Com todo mundo querendo explorar todos os seus semelhantes e pensando apenas em
seus próprios umbigos, como superaremos a crise que fora inventada apenas para
nos explorar ainda mais? Quase tudo o que aconteceu de bom e de ruim em 2016
foi usado para enriquecer ainda mais os inescrupulosos de plantão. Da queda do
avião da Chapecoense ao golpe que deram na Dilma Rousseff, tudo foi usado
contra o povo brasileiro. Até a opção pelos pobres da esquerda não deu certo: o
ano de 2016 foi rico de opção do pobre pelos evangélicos. O Brasil e Rondônia
caminharam para trás. O correto seria desejarmos um feliz 2015 para todos, pois
a partir de 2017 a miséria e a desgraça serão nossas parceiras inseparáveis.
*É Professor em
Porto Velho.
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