terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Natal é uma furada


O Natal é uma furada

Professor Nazareno*

            Está mais do que claro que o Natal não existe. Não como os seus criadores o idealizaram. Boa parte do mundo cristão ocidental o festeja como se fosse o nascimento de Jesus Cristo, mas não é. Cristo não nasceu no dia 25 de dezembro como se afirma e que muitos tolos sem a menor leitura de mundo e informações acreditam piamente. O atual calendário cristão ou calendário gregoriano só foi adotado oficialmente em 1582 já na Idade Moderna. Acredita-se que o nascimento de Jesus possa ter sido no mês de dezembro devido a relatos das condições climáticas da região onde se deu o fato. Há inclusive algumas religiões cristãs, como as Testemunhas de Jeová, que sequer comemoram o Natal por entenderem que os evangelhos não mencionam a data em que nasceu o “filho de Deus”. Para eles é proibido, inclusive, festejar o que não se sabe.
                Porém como boa parte da população mundial é formada por imbecis e otários, não custa nada faturar em cima de estupidez alheia. Óbvio que no mundo muçulmano não há a menor referência à festa. Lá certamente as tolices são outras. O fato é que no mundo ocidental difundiu-se a ideia absurda e mentirosa de que exatamente nesta data deu-se o nascimento de Cristo. E nesse dia comemora-se hipocritamente o amor, a fraternidade, a bem-aventurança, a alegria e tantas outras fantasias. Famílias se reúnem para celebrar o que não existe, o invisível. A ceia de Natal é uma estupidez ridícula, mas popular e que é vista praticamente em todas as casas como símbolo maior da cristandade. Pior: nesta fatídica noite os ânimos se alteram e passa-se a acreditar em duendes, paraíso, fadas encantadas e na lorota de que o bem sempre vence o mal.
            Existe, por exemplo, coisa mais tosca, nojenta e enfadonha do que a já esperada e cafona brincadeira de amigo oculto? Parentes e demais familiares, de forma mentirosa e forçada, se confraternizam, dizem esquecer as desavenças e trocam seus presentinhos chulos e bregas como se fossem verdadeiros amigos. A comida servida geralmente é uma gororoba já fria que fora feita muitas horas antes só para impressionar os donos da casa e alguns convidados penetras. “Nossa, maninha! Como está deliciosa esta galinha picante!”, é a triste conversa que mais se ouve entre os já bêbados cidadãos e as suas espevitadas mulheres presentes àquele dantesco espetáculo. Cerveja ruim e insossa, vinho de quinta categoria, sem o menor sabor e dentro de garrafões de plástico completam aquele já manjado circo patético. Parece uma horrorosa comédia pastelão.
            Não gosto de festas de Natal e delas não participo. Primeiro por que para mim não representam absolutamente nada e depois por que não se pode fingir para si mesmo. O Natal é um engodo, uma farsa que só existe para os simplórios. Como encarar, por exemplo, um Papai Noel com o bafo fedendo a cachaça barata, fantasiado de comunista e trazendo presentinhos para os pequenos carentes? Velho amaldiçoado, canalha, escroque, rufião, tarado, pedófilo, masturbado social, ranheta, com os dentes podres e representante maior do Satanás não tem e nem nunca terá a minha permissão para existir. Mas infelizmente o brasileiro senso comum é assim mesmo: acredita em toda besteira que lhe contam. Não entendo como ainda fica feliz e ri da própria desgraça. As comemorações desta data deviam ser extintas para o bem da humanidade. Como aceitar que o comércio ainda sobreviva à custa de uma mentira tão absurda e aceita por todos?




*É Professor em Porto Velho.

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