O
Natal é uma furada
Professor
Nazareno*
Está mais do que
claro que o Natal não existe. Não como os seus criadores o idealizaram. Boa
parte do mundo cristão ocidental o festeja como se fosse o nascimento de Jesus
Cristo, mas não é. Cristo não nasceu no dia 25 de dezembro como se afirma e que
muitos tolos sem a menor leitura de mundo e informações acreditam piamente. O
atual calendário cristão ou calendário gregoriano só foi adotado oficialmente
em 1582 já na Idade Moderna. Acredita-se que o nascimento de Jesus possa ter
sido no mês de dezembro devido a relatos das condições climáticas da região
onde se deu o fato. Há inclusive algumas religiões cristãs, como as Testemunhas
de Jeová, que sequer comemoram o Natal por entenderem que os evangelhos não
mencionam a data em que nasceu o “filho de Deus”. Para eles é proibido,
inclusive, festejar o que não se sabe.
Porém como boa parte da
população mundial é formada por imbecis e otários, não custa nada faturar em
cima de estupidez alheia. Óbvio que no mundo muçulmano não há a menor
referência à festa. Lá certamente as tolices são outras. O fato é que no mundo
ocidental difundiu-se a ideia absurda e mentirosa de que exatamente nesta data deu-se
o nascimento de Cristo. E nesse dia comemora-se hipocritamente o amor, a
fraternidade, a bem-aventurança, a alegria e tantas outras fantasias. Famílias
se reúnem para celebrar o que não existe, o invisível. A ceia de Natal é uma
estupidez ridícula, mas popular e que é vista praticamente em todas as casas
como símbolo maior da cristandade. Pior: nesta fatídica noite os ânimos se
alteram e passa-se a acreditar em duendes, paraíso, fadas encantadas e na
lorota de que o bem sempre vence o mal.
Existe, por exemplo, coisa mais tosca, nojenta e
enfadonha do que a já esperada e cafona brincadeira de amigo oculto? Parentes e
demais familiares, de forma mentirosa e forçada, se confraternizam, dizem
esquecer as desavenças e trocam seus presentinhos chulos e bregas como se fossem
verdadeiros amigos. A comida servida geralmente é uma gororoba já fria que fora
feita muitas horas antes só para impressionar os donos da casa e alguns
convidados penetras. “Nossa, maninha! Como está deliciosa esta galinha
picante!”, é a triste conversa que mais se ouve entre os já bêbados
cidadãos e as suas espevitadas mulheres presentes àquele dantesco espetáculo.
Cerveja ruim e insossa, vinho de quinta categoria, sem o menor sabor e dentro
de garrafões de plástico completam aquele já manjado circo patético. Parece uma
horrorosa comédia pastelão.
Não gosto de festas de Natal e delas não participo.
Primeiro por que para mim não representam absolutamente nada e depois por que
não se pode fingir para si mesmo. O Natal é um engodo, uma farsa que só existe
para os simplórios. Como encarar, por exemplo, um Papai Noel com o bafo fedendo
a cachaça barata, fantasiado de comunista e trazendo presentinhos para os
pequenos carentes? Velho amaldiçoado, canalha, escroque, rufião, tarado, pedófilo,
masturbado social, ranheta, com os dentes podres e representante maior do Satanás
não tem e nem nunca terá a minha permissão para existir. Mas infelizmente o
brasileiro senso comum é assim mesmo: acredita em toda besteira que lhe contam.
Não entendo como ainda fica feliz e ri da própria desgraça. As comemorações
desta data deviam ser extintas para o bem da humanidade. Como aceitar que o
comércio ainda sobreviva à custa de uma mentira tão absurda e aceita por todos?
*É Professor em Porto Velho.
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