Nem
Dilma, nem Aécio, nem Marina
Professor
Nazareno*
As eleições presidenciais no Brasil
assumem um ritmo frenético nesta reta final de campanha antes do primeiro
turno. Dos muitos candidatos à Presidência da República, por exemplo, apenas
três deles têm capitalizado as atenções do eleitorado, da mídia e
principalmente dos “ocultos” e muitas vezes desconhecidos financiadores
de suas empreitadas políticas. Como nos países mais desenvolvidos e civilizados
do mundo é o eleitorado que, em tese, deveria decidir qual dos três assumirá
pelos próximos quatro anos os destinos da nação. Nos Estados, para a eleição
dos Governadores, também é a mesmíssima coisa. E também não é diferente para a
escolha dos Deputados Estaduais, Deputados Federais e parte dos Senadores.
Enganados, mais de 150 milhões de eleitores acreditam que terão a palavra final
para a vitória de seus candidatos.
Quem elege os futuros governantes no
Brasil não somos nós os eleitores como se pensa. Nunca foi. Desde que a
política é praticada neste país, os únicos vencedores dos pleitos são aqueles
que financiam as campanhas. Como num jogo de azar, esses financiadores,
indiferentes às necessidades e aspirações da população, fazem suas apostas e
direcionam suas fichas bem antes do jogo começar. Ricos, poderosos e com muito
dinheiro sobrando geralmente veem a política como mais uma forma, algumas vezes
ilegal, de multiplicar suas fortunas. E como em nosso país a lei só é para os
fracos e pobres cidadãos, praticamente qualquer indivíduo, com raríssimas
exceções, pode se candidatar a qualquer cargo eletivo. A tão propalada Lei da
Ficha Limpa na maioria dos casos nem é levada em conta. Por aqui “manda quem
pode e obedece quem tem juízo”.
Se alguém, alguma empresa ou
instituição financia a campanha de um candidato e contribui com qualquer quantia, não faz isso baseado na amizade e tampouco na ideologia.
Dependendo do ramo de negócios desse financiador, certamente será ele que “ganhará” muitas das licitações de que participará no futuro Governo. No Brasil, “ninguém
dá murro em ponta de faca”, muito menos quem é empresário. E os otários
eleitores muitas vezes ficam se digladiando no meio das ruas, brigando por este
ou aquele candidato. A mídia, travestida nestas horas de paladino da moralidade
e da imparcialidade, também faz suas apostas e, a exemplo da Rede Globo em 1989
com Lula e Collor, determina quem vai ganhar ou perder as eleições. Neste
amaldiçoado jogo só há um perdedor: o infeliz cidadão que paga impostos para
sustentar tudo isto.
Quanto ganha por mês um Deputado
Estadual? Quanto ganha um Governador de Estado? E quanto gasta cada um deles em
suas respectivas campanhas eleitorais? Fazendo a conta, percebemos que não
existe lógica nenhuma nesta matemática: ou estes candidatos são trouxas demais
ou há "algo" lhes esperando lá no “fim do túnel”. Ou antes. Todos os
candidatos têm obviamente virtudes e defeitos. Só depende das táticas do jogo
para saber quais adjetivos serão mais enaltecidos e aprendidos pelos babacas
que votarão neles. Passada a euforia das campanhas, todos “lá em cima”
se aliam e se apoiam dependendo mais uma vez do jogo de interesses. E o nosso
país, o Estado e a população, principalmente aquela mais carente, sofrem à
espera de soluções para os seus eternos problemas. Dilma, Aécio ou Marina
governará mesmo para o povo? Eis por que um país tão rico ainda é comparado a um
membro da África Subsaariana.
*É Professor em
Porto Velho.
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