domingo, 9 de março de 2025

Bolsonaro: Oscar ou cadeia?

Bolsonaro: Oscar ou cadeia?

 

Professor Nazareno*

 

O “Mito” Jair Messias Bolsonaro será julgado em breve pelo STF, Supremo Tribunal Federal, por tentativa de golpe de Estado. Em 2022, logo após perder as eleições para Lula e o PT, o “Bozo” tentou virar o jogo para se manter no poder. Pior: teria tentado, segundo uma delação premiada, assassinar o presidente eleito, o vice Geraldo Alckmin e também o ministro do STF Alexandre de Moraes. Seguidores e cúmplices estão em polvorosa e aperreados, pois é quase certo que muitos deles serão julgados, condenados e consequentemente presos. Não se sabe quanto tempo eles vão ficar atrás das grades, mas é quase certo que, por estarmos no Brasil, ficarão muito pouco tempo “vendo o sol nascer quadrado”. Com isso, a nossa frágil democracia se fortalece e mostra ao mundo que aqui “ainda temos bons juízes para defender o regime democrático”. É esperar e ver.

A recente vitória do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, que denunciou os terríveis crimes da ditadura militar e por isso ganhou um Oscar em 2025, não deixa qualquer dúvida quais foram os mocinhos e quais foram os vilões dos 21 anos de regime ditatorial no Brasil. Jair Bolsonaro e sua turma tentou reeditar essa cruel História e por isso deverá pagar pelas consequências de seus atos. E não adianta nada dizer que hoje estamos vivendo em uma ditadura igual àquela que eles nos impuseram em 1964. Bolsonaro está, ainda, livre, leve e solto, dando entrevistas, alegre, talvez tranquilo e feliz e vai responder aos seus delitos tendo direito a advogado e ao contraditório. Não está preso ilegalmente e nem está sendo torturado por agentes do DOPS nas dependências de um DOI-CODI como aconteceu com Rubens Paiva e tantos outros heróis naquela época.

Mas os bolsonaristas, que vergonhosamente torceram contra a vitória do filme de Walter Salles, continuam negando de forma convicta que houve uma ditadura no Brasil entre 1964 e 1985. Só não conseguem explicar por que não havia eleições diretas para presidentes, governadores, prefeitos das capitais e em muitas outras cidades “escolhidas” pelos ditadores de plantão. Os negacionistas da extrema-direita também não viram nada de torturas, de censura, de exílios, de perseguições e de assassinatos a quem lhe fazia oposição. Imagine se hoje o presidente Lula mandasse prender, sem ordem judicial, qualquer um desses bolsonaristas enjoados e o mantivesse enjaulado e sendo torturado todos os dias. E o Estado brasileiro mandasse colocar ratos vivos nas partes íntimas desses presos e trouxesse seus filhos para presenciar a cena dantesca. Quem seria o Ustra do PT?

O filme “Ainda Estou Aqui” denunciou ao mundo a monstruosidade dos militares brasileiros durante a ditadura militar. Mostrou também a tortura, a censura e todo tipo de crueldade que se faz em nome do Estado com quem ousa pensar diferente. Por isso, ganhou um Oscar. Mas os bolsonaristas não deviam ficar tristes com esta façanha do nosso cinema. Eles mesmos podem também concorrer à estatueta de ouro de Hollywood. Como muitos desses “patriotas” são admiradores do torturador Carlos Brilhante Ustra, poderiam pedir à Brasil Paralelo que fizesse um filme “Ustra Vive!” sobre a trajetória desse e também de outros torturadores do antigo regime. Como trilha musical colocaria músicas de Amado Batista, de Zezé de Camargo ou de Sérgio Reis. O jornal folha de São Paulo patrocinava a obra, que teria o roteiro do próprio Bolsonaro e de seus filhos e seria dirigido por Mário Frias. Bolsonaro, rumo ao Oscar 2026! Ou antes seria rumo à cadeia?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

Nenhum comentário: