Bolsonaro:
Oscar ou cadeia?
Professor
Nazareno*
O “Mito”
Jair Messias Bolsonaro será julgado em breve pelo STF, Supremo Tribunal
Federal, por tentativa de golpe de Estado. Em 2022, logo após perder as
eleições para Lula e o PT, o “Bozo” tentou virar o jogo para se manter
no poder. Pior: teria tentado, segundo uma delação premiada, assassinar o
presidente eleito, o vice Geraldo Alckmin e também o ministro do STF Alexandre
de Moraes. Seguidores e cúmplices estão em polvorosa e aperreados, pois é quase
certo que muitos deles serão julgados, condenados e consequentemente presos.
Não se sabe quanto tempo eles vão ficar atrás das grades, mas é quase certo
que, por estarmos no Brasil, ficarão muito pouco tempo “vendo o sol nascer
quadrado”. Com isso, a nossa frágil democracia se fortalece e mostra ao
mundo que aqui “ainda temos bons juízes para defender o regime
democrático”. É esperar e ver.
A recente vitória
do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, que denunciou os
terríveis crimes da ditadura militar e por isso ganhou um Oscar em 2025, não
deixa qualquer dúvida quais foram os mocinhos e quais foram os vilões dos 21
anos de regime ditatorial no Brasil. Jair Bolsonaro e sua turma tentou reeditar
essa cruel História e por isso deverá pagar pelas consequências de seus atos. E
não adianta nada dizer que hoje estamos vivendo em uma ditadura igual àquela
que eles nos impuseram em 1964. Bolsonaro está, ainda, livre, leve e solto,
dando entrevistas, alegre, talvez tranquilo e feliz e vai responder aos seus
delitos tendo direito a advogado e ao contraditório. Não está preso ilegalmente
e nem está sendo torturado por agentes do DOPS nas dependências de um DOI-CODI
como aconteceu com Rubens Paiva e tantos outros heróis naquela
época.
Mas os
bolsonaristas, que vergonhosamente torceram contra a vitória do filme de Walter
Salles, continuam negando de forma convicta que houve uma ditadura no Brasil
entre 1964 e 1985. Só não conseguem explicar por que não havia eleições diretas
para presidentes, governadores, prefeitos das capitais e em muitas outras
cidades “escolhidas” pelos ditadores de plantão. Os negacionistas da
extrema-direita também não viram nada de torturas, de censura, de exílios, de
perseguições e de assassinatos a quem lhe fazia oposição. Imagine se hoje o
presidente Lula mandasse prender, sem ordem judicial, qualquer um desses
bolsonaristas enjoados e o mantivesse enjaulado e sendo torturado todos os
dias. E o Estado brasileiro mandasse colocar ratos vivos nas partes íntimas
desses presos e trouxesse seus filhos para presenciar a cena dantesca. Quem
seria o Ustra do PT?
O filme “Ainda
Estou Aqui” denunciou ao mundo a monstruosidade dos militares
brasileiros durante a ditadura militar. Mostrou também a tortura, a censura e
todo tipo de crueldade que se faz em nome do Estado com quem ousa pensar
diferente. Por isso, ganhou um Oscar. Mas os bolsonaristas não deviam ficar
tristes com esta façanha do nosso cinema. Eles mesmos podem também concorrer à
estatueta de ouro de Hollywood. Como muitos desses “patriotas” são
admiradores do torturador Carlos Brilhante Ustra, poderiam pedir à Brasil Paralelo
que fizesse um filme “Ustra Vive!” sobre a trajetória
desse e também de outros torturadores do antigo regime. Como trilha musical
colocaria músicas de Amado Batista, de Zezé de Camargo ou de Sérgio Reis. O
jornal folha de São Paulo patrocinava a obra, que teria o roteiro do próprio Bolsonaro
e de seus filhos e seria dirigido por Mário Frias. Bolsonaro, rumo ao
Oscar 2026! Ou antes seria rumo à cadeia?
*Foi Professor em Porto
Velho.
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