Governantes e governados
Professor Nazareno*
“Aqueles que são capazes de fazer alguém acreditar em
absurdos são capazes também de fazer esse alguém cometer as maiores barbaridades”.
É uma frase que permeia a humanidade já há vários séculos. Foi assim no Nazismo, no Fascismo, nas ditaduras, no comunismo e até na
vida real. Hitler, um austríaco de ascendência germânica, por exemplo, levou
pacatos cidadãos a cometerem as piores barbaridades contra seus irmãos durante
o III Reich na Alemanha nazista. Campos de extermínios, perseguições, execução
de cidadãos, todo tipo de violação e brutalidades. Mal o Brasil acordou do
pesadelo bolsonarista, não há como não fazer comparações pertinentes. Não só
durante a pandemia do coronavírus, mas principalmente durante os quatro últimos
anos do governo anterior o que se viu foi um total desrespeito aos direitos
humanos pelo país.
A segunda grande guerra terminou de maneira trágica com mais
de 60 milhões de mortos e muita destruição. O governo Bolsonaro não chegou a
tanto, mas deixou algumas lições que precisam de muita reflexão. Uma delas é
que nenhum governo, seja ele de direita, de esquerda ou de qualquer outra linha
filosófica, política ou ideológica, não pode ter a adoração de ninguém. Um
governo, qualquer governo, é eleito para trabalhar em benefício dos cidadãos.
Tem que ter oposição, apoiadores, críticos e defensores. Faz parte do jogo
democrático. No Brasil esse tal jogo democrático parece que não funciona desse
jeito. O dia 08 de janeiro de 2023 demonstrou na prática o que pessoas “cegas”
por um falso líder são capazes de fazer. Radicais, muitos dos quais bem de
vida, invadiram as sedes dos poderes em Brasília, quebraram tudo e complicaram
para sempre as suas vidas.
Fala-se que o ser humano é o único animal que precisa de um
líder para poder viver. Diferentes dos animais irracionais, que nunca escolhem
um idiota para comandar o bando, os humanos se esmeram nessa tarefa. Assim, falsos
líderes aparecem em todas as eleições para conquistar “corações e mentes”
dos muitos idiotizados eleitores. Promessas e mais promessas são feitas e a
maioria sempre acredita nas lorotas. Em Rondônia tivemos o coronel Jorge
Teixeira, um governador fantoche a serviço da Ditadura Militar em terras
karipunas. Sem nunca ter tido um voto sequer do povo daqui o velho coronel
gaúcho é ainda hoje um verdadeiro Deus para muitos rondonienses. Já em Porto
Velho, tivemos muitos prefeitos. Todos eles de fora. Nenhum nascido aqui. E
nenhum deles nada fez de bom para a cidade, que não tem saneamento básico nem
esgoto.
Se Rondônia e o Brasil são duas porcarias em termos de
qualidade de vida e de boas administrações públicas, Porto Velho é a síntese do
caos, apesar de ter mais de um século de existência. Nas eleições de 2024 para
prefeito haverá uns doze ou quinze candidatos, mas a cidade continuará
certamente pelos próximos quatro anos ainda sem água tratada, sem mobilidade
urbana, sem arborização, violenta, suja, empobrecida, sem saneamento básico e
sem tantas outras benfeitorias vindas do poder público. E o próximo mandatário
deve também ter a maioria absoluta do apoio da câmara de vereadores e também
deverá dar mimos à mídia para que não lhe critique. Nesse ritmo alucinante de
imbecilização coletiva, os brasileiros já elegeram Lula por três vezes e deram
a Bolsonaro quase 60 milhões de votos. Por isso, a Ditadura Militar teve amplo
apoio do povo, que já elegeu tranqueiras como Getúlio Vargas, Jânio Quadros,
Fenando Collor e Jair Bolsonaro.
*Foi Professor em Porto Velho
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