terça-feira, 7 de abril de 2020

E o Bozo só relincha


E o Bozo só relincha

Professor Nazareno*

        Diante da crise provocada pela pandemia do Coronavírus, o Brasil está percebendo aos poucos que não tem um presidente da República. Não tem um líder de fato até agora para comandar o país nestes momentos de extrema dificuldade. Nos países ricos e desenvolvidos essa liderança é assumida normalmente por seus presidentes e primeiros-ministros sem nenhum problema. Na Alemanha, Angela Merckel comanda as ações. Na França é o jovem presidente Emmanuel Macron que dita todas as regras, na Espanha Pedro Sánchez está à frente das ações e na Itália o primeiro-ministro Giuseppe Conte é quem lidera os italianos. Até nos Estados Unidos, Donald Trump já se rendeu à dura realidade da pandemia e procura, a seu jeito, levar seus compatriotas à vitória. No Brasil, o “Mito” relincha e só espalha ódio e intrigas aqui.
        Sem entender absolutamente nada sobre essa terrível pandemia e também sobre outros assuntos, o presidente Jair Bolsonaro já brigou com os governadores, com o Congresso Nacional, com o STF, com a OMS, com a ciência. Perde apoio a cada dia e se desmoraliza perante a opinião pública nacional. Guiado só pelas redes sociais e pelo “gabinete do ódio” comandado por seus filhos e pelo “intelectual de araque” Olavo de Carvalho, o “Mito” é um fracasso sem precedentes na história recente desse país. Ignorado, isolado e desmoralizado pelas evidências, o Bozo é ridicularizado todo santo dia nas mídias nacional e internacional. Virou chacota e não comanda hoje nem o seu próprio governo. Incapaz de demitir o seu ministro da Saúde, o “fraco líder” do Brasil deveria renunciar ao mandato e deixar as autoridades de verdade comandarem o caos.
       Para desespero do “incapaz e inapto presidente” e também contra a sua vontade, o ministro Mandetta continuará, por enquanto, comandando as ações contra a pandemia. Com ciúmes e inveja da eficiência do seu ministro da Saúde, Bolsonaro estava disposto a demiti-lo, mas os militares, toda a área técnica do governo, parlamentares, opinião pública e ministros do Supremo impuseram suas vontades ao Bozo. Hoje, para o Brasil e os brasileiros, Jair Messias Bolsonaro é uma espécie de rainha da Inglaterra e não manda mais em nada. Está desacreditado, “sua caneta está sem tinta” e sua posição está cada vez mais ridicularizada. O “líder de opereta” dos 57 milhões de eleitores continuará, no entanto, divertindo os tolos com a sua rompança e seu discurso genocida, ultrapassado e incoerente. Sequer conseguiu emplacar o amigo Osmar “Terra Plana”.
      Bolsonaro continua sendo infelizmente o presidente do Brasil, mas quem manda de fato a partir de agora é o vice Hamilton Mourão, a ciência, a lógica e o ministro Luiz Henrique Mandetta. A quarentena e o isolamento dos brasileiros para tentar deter ou amenizar o vírus vão continuar, sim. As recomendações da OMS, dos epidemiologistas, dos cientistas em geral e de parte da mídia nacional devem balizar o enfrentamento da crise. E o comércio, para desespero dos bolsomínions, não vai abrir sem critérios. O “Mito” virou uma espécie de bobo da corte sem nenhum prestígio e levado na galhofa por muita gente, inclusive muitos de seus eleitores e seguidores de primeira hora. Se ele tivesse competência e boa vontade estaria liderando o país e seu povo nestas horas tão difíceis. Eu, por exemplo, já teria me arrependido se tivesse votado nessa desgraça, nesse estrupício. Ele agora se contentará apenas em relinchar de tristeza. E de vergonha.



*Foi Professor em Porto Velho.

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