Rondônia, capital Seul
Professor Nazareno*
Rondônia
é um dos 26 estados do Brasil, isto poucos brasileiros sabem. A Coreia do Sul é
um país da Ásia e junto com a Coreia do Norte formam a península coreana,
próxima à China. Rondônia tem 245 mil quilômetros quadrados de área e uma
população de apenas um milhão e setecentos mil habitantes. O país asiático tem
uma área de quase cem mil quilômetros quadrados, portanto menos de metade do
Estado de Rondônia e uma população superior a 52 milhões de indivíduos, ou
seja, mais de 30 vezes o número de habitantes daqui. Os sul-coreanos pertencem
ao mundo civilizado e têm um IDH muito elevado. Rondônia é a sexta ou a sétima
periferia do capitalismo. Aqui tudo é atrasado, nada presta, quase todos os
políticos são ladrões e o povo, acomodado ao extremo, é feito galinha poedeira: leva no traseiro e canta alegremente.
O
rio Han, de águas cristalinas, corta a imponente capital sul-coreana. O rio
Madeira, de águas barrentas e cheio de lixo boiando em sua superfície, margeia
a capital dos rondonienses. O Estado brasileiro se situa entre dois grandes
biomas conhecidos mundialmente: a floresta Amazônica e o Cerrado e, além disso,
tem excesso de recursos naturais e está localizado dentro da maior bacia
hidrográfica do mundo. Os coreanos têm uma natureza madrasta e não podem se
orgulhar de quase nada em termos de abundância natural. Na década de 50 o então
Território Federal do Guaporé vivia a euforia da Marcha para o Oeste no Brasil.
Já os sul-coreanos viviam o horror da guerra com mais de três milhões de
mortos. O novo país vivia o medo da invasão do norte comunista e era uma nação
semifeudal. As mulheres cozinhavam ainda com lenha.
Hoje,
multinacionais como a Samsung, Ásia Motors, Kia Motors, LG, Hyundai, Dae-woo
são marcas sul-coreanas conhecidas e consumidas no mundo inteiro. Os
eletrodomésticos fabricados naquele país da Ásia são referências em qualquer
parte do planeta. Aqui se produz apenas um refrigerante de nome impronunciável,
desconhecido e cujo alcance de consumo mal consegue chegar à divisa. Ban
Ki-moon, político nascido na Coreia do Sul foi o todo poderoso Secretário Geral
da ONU, a Organização das Nações Unidas. Em Rondônia, como exemplos de
políticos, temos apenas Ivo Cassol, Nilton Capixaba, Confúcio Moura, Lindomar
Garçon, Expedito Junior, Hildon Chaves e Mauro Nazif. Os três senadores do
Estado respondem a processos na Justiça e dois deles já foram condenados à
prisão. Deputados federais e estaduais estão enrolados.
Kim
Dae-jung foi um ex-presidente da Coreia
do Sul que no ano 2000 ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Por aqui ninguém nunca
ganhou prêmio de nada. Ninguém daqui jamais foi indicado para absolutamente
nada. Os maiores prêmios por estas bandas apareciam somente nas pífias
exposições agropecuárias. Participante do BBB é o símbolo maior do lugar. As
maiores expressões locais são pessoas geralmente oriundas de outros Estados da
federação. O Marechal Rondon era mato-grossense, Jorge Teixeira era gaúcho,
Aluízio Ferreira era carioca e o Major Guapindaia era natural do Estado do
Maranhão, embora tenha vivido muito tempo no Amazonas. O atual governador do
Estado é do Tocantins e o prefeito da capital é um pernambucano. Rondônia é a
terra do nada. Nenhuma das maiores autoridades do Estado jamais nasceu nestas longes
terras.
Rondônia
e Coréia do Sul têm estas enormes diferenças por que esta investiu maciçamente
em educação enquanto aquela insistiu em copiar tudo o que deu errado no Brasil,
a “República Federativa do Bandido”.
Levando-se em consideração a Guerra da Coreia, que terminou em 1953, e a
península coreana fora dividida em dois países, pode-se afirmar que o nosso
Estado é dez anos mais velho do que o país asiático. As Olimpíadas de Seul em
1988 e a Copa do Mundo de Futebol em 2002 já são coisas do passado para os
irmãos orientais. Enquanto o nosso PIB é algo risível em torno de cinco bilhões
de dólares, a produção de riquezas dos sul-coreanos já ultrapassa a cifra de um
trilhão de dólares e projeta o país asiático como uma das nações mais prósperas
do mundo. Seul tem 10 milhões de habitantes, é uma cidade limpa, moderna,
organizada e com excelente mobilidade urbana. Precisa falar algo de Porto
Velho? O quê nos falta?
*É Professor em Porto Velho
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