Religião, Estado
e alienação
Professor
Nazareno*
RELIGIÃO é uma
senhora muito charmosa, elegante, atraente e enigmática. É casada há muito
tempo com o senhor ATRASO e com ele tem vários filhos: PRECONCEITO, ÓDIO, GUERRA,
RACISMO, INTOLERÂNCIA, EXPLORAÇÃO e HOMOFOBIA. A senhora RELIGIÃO sempre foi
muito cortejada pelas pessoas, pois durante muito tempo transmitiu aos humanos
a falsa imagem de bonança, caridade, amor e respeito ao próximo. Responsável
maior por quase todas as desgraças da humanidade, a dissimulada dona RELIGIÃO
já matou, torturou e perseguiu muitos sábios e cientistas que não lhe davam
importância. Toda poderosa, ela já teve tribunais famosos, que julgavam e
matavam na fogueira os defensores de outras verdades. Giordano Bruno, Galileu Galilei
dentre muitos outros sofreram as “agruras
divinas”.
A estranha senhora
sempre foi aliada dos mais notórios carrascos da História. Dizem até que Adolf
Hitler, apesar de não ter tido uma relação muito amistosa com ela, sempre
explorava cinicamente a amizade dela com as outras pessoas e teria, segundo
Richard Dawkins, concordado com Napoleão Bonaparte, que disse: “RELIGIÃO é ótima para manter as pessoas
comuns caladas” e também com Sêneca: “A
dona RELIGIÃO é considerada verdade
pelas pessoas comuns, mentira pelos
sábios e útil pelos governantes”.
Muito sinistra e hábil, a senhora RELIGIÃO se associou sem nenhum acanhamento a
todos os tipos de governo apenas para continuar a exploração dos mais humildes
e desinformados. Importante observar que os seus filhos são instruídos e bem
educados enquanto seus seguidores, na maioria dos casos, são idiotas.
Muito gananciosa
e voraz, a RELIGIÃO explora cinicamente os mais pobres prometendo-lhes bonanças
e riquezas numa terra imaginária a que todos terão acesso, mas só depois da
morte. E por falar em coisas imaginárias, todos os líderes apresentados por ela
são seres igualmente imaginários que só povoam a cabeça dos mais incautos e sem
leitura de mundo. Nietzsche, filósofo, crítico e pensador alemão, tentou em vão
combater as maldades dessa inútil senhora. Fracassou e terminou louco e sem
muita credibilidade. Baruch Spinoza talvez tenha feito a melhor definição dela,
mas também teve de viver escondido e no anonimato. No Brasil do século XXI, a
influência da miserável está em todos os lugares conhecidos, principalmente na
política. Forte e decidida, influencia os parlamentares que pertencem à Bancada
da Bíblia no Congresso.
A desprezível
senhora luta com todas as suas forças para acabar com o Estado laico e pela
volta vergonhosa dos conceitos da Idade Média dentro de nossa sociedade. Aqui,
sua influência cresce cada vez mais. Na política é golpista, reacionária,
conservadora e rica. Acho até que é filiada ao PSDB ou ao PMDB. Na sociedade e
nos costumes se mete em tudo tentando ditar suas ultrapassadas regras de
convivência. Seus filhos estão, claro, a seu serviço e não poupam esforços para
manter seus privilégios e também para disseminar sua ideologia segregacionista,
má, defasada e obsoleta. Com ela e seus parentes e seguidores à frente, o mundo
não caminha, não se moderniza e os direitos humanos são sempre desrespeitados.
Um mundo sem RELIGIÃO seria um lugar muito melhor, é o que muitos afirmam.
Basta observar, por exemplo, países como Suécia, Noruega e Japão e compará-los àquelas
nações que a seguem obrigatoriamente.
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Alô professor nazareno. Muito boa a sua dissertação sobre religião. Linda e didática metáfora. Pelo que vi, pouca gente leu seu escrito mas sei que você não escreveu para alguém ler e/criticar. Você o fez, smj, como também às vezes faço, um exercício de dialética embora solitariamente. Foi muito bom ver o que você escreveu. Fez um traçado crono-sintético do que tem sido a religião ao longo do tempo. Dia destes escrevi sobre a causa da falta de curiosidade (castrada) do brasileiro. Também foi um esforço dialético que me remeteu (como a dialética faz) a outras questões inerente só possível após autocrítica ao meu pensamento. Muito bom sua escrita. Faça novamente para nosso deleite. luiz carlos carvalho.
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