A esquerda
morreu?
Professor
Nazareno*
Sobre a greve geral
convocada pelos esquerdistas no último dia 28 de abril em todo o país para
protestar contra as reformas trabalhistas e da Previdência não vou tecer quaisquer
comentários. Se foi ou não bem-sucedida somente o tempo dirá. Palmas, então,
para aqueles poucos que saíram às ruas na vã tentativa de barrar a covarde
retirada de seus direitos conquistados há pouco tempo e a muito custo. A
direita conservadora, fascista e reacionária venceu de novo, por que ela sempre
vence. Manda absoluta no país desde o seu descobrimento e também no mundo
praticamente desde que o Homo erectus saiu das cavernas. Os raros 13 anos de
domínio das esquerdas no Brasil foram um embuste, uma “conversa para boi dormir”. Lula e o PT se aliaram covardemente à
direita para roubar o povo num dos maiores escândalos já vistos.
Zé Dirceu, Lula,
Delúbio Soares, João Vaccari, José Genoíno e quase todos os outros petistas
mentiram para os jovens militantes que aguardaram ansiosamente pela chegada
deles ao poder desde as décadas de 70 e 80 do século passado. “A esquerda precisa chegar ao poder para
estancar a roubalheira e a sangria que a elite impôs ao país nestes cinco
séculos de exploração”, era a cantilena mentirosa dos novos aspirantes à
Presidência da nação. “Com a esquerda no
Planalto, o povo terá vez e voz”, era o mantra em que cegamente se
acreditava. E era tudo mentira. O projeto do PT não era de governo, mas de
poder apenas. E isto ficou se sabendo pouco tempo depois quando estouraram os
escândalos do Mensalão e do Petrolão. A Lava Jato e as delações da Odebrecht
desnudaram tudo e o Brasil soube qual era a “competência” da esquerda.
A direita deu chances
para os esquerdistas e estes jogaram tudo fora tentando imitar seus algozes. Os
antigos marxistas e revolucionários se encantaram com o poder e tentaram roubar
tudo sozinhos sem dividir nada com ninguém. Deu no que deu: em 2016, sofreram
um golpe, foram humilhados e escorraçados. Os mais visionários, no entanto,
ainda sonham com esse tal de Lula como próximo presidente a ser eleito. Sem
carisma e acusado de ter recebido propinas de empreiteiras como um sítio e um
tríplex à beira mar, o “sapo barbudo”
agoniza politicamente e se dará por satisfeito se não for parar atrás das
grades antes das eleições. “O Brasil não
tem direita nem esquerda, mas um bando de políticos ladrões e salafrários que
se juntam para roubar o já espoliado, cansado e sofrido povo brasileiro”,
disse Diogo Mainardi, antigo colunista da Veja.
Um povo sem educação de
qualidade, sem transportes públicos, exposto à violência desenfreada, sem saúde
pública e sem perspectiva nenhuma de dias melhores é o resultado desse assalto
sistemático e secular à oitava economia do mundo. Mas burra a direita não é.
Diz que a última greve geral fracassou, foi pífia e que não entende como alguns
brasileiros ainda ousam reclamar: o Brasil já está na Copa do Mundo de 2018 e o
Carnaval não foi proibido para ninguém. Blocos, bandas e escolas de samba são
criados diariamente para, disfarçados de cultura, financiar a orgia popular.
Entorpecidos, muitos se dão por satisfeitos em manter seus raros empregos.
Direita ou esquerda, o certo é que todos nós continuaremos jogando o jogo dos maus
políticos e em 2018 reelegemo-los para que continuem a nos administrar. Seguimos
a produzir riquezas na esperança vã de dias melhores. A greve não fracassou. O
fracasso é nosso, que nunca reagimos a nada.
*É
Professor em Porto Velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário