Fidel:
o fim de uma era!
Professor
Nazareno*
A morte do líder revolucionário cubano
Fidel Castro é o anúncio já esperado do fim triste e melancólico de uma era que
trouxe para o mundo muitas incertezas, polêmicas e medo. As esquerdas e o
pensamento revolucionário espalhados pelo mundo inteiro precisam mudar suas
estratégias se quiserem ainda ter acesso ao poder. Fidel se vai num momento em
que a luta ideológica se dá praticamente entre direita e extrema direita. O Comunismo
aos poucos vai virando “peça de museu”. Donald Trump é eleito presidente
dos Estados Unidos, Michel Temer toma o poder no Brasil por meio de um golpe
constitucional com o apoio do Congresso Nacional e de parte da opinião pública
reacionária, Macri é eleito na Argentina e a maioria dos países da União
Europeia dá guinada cada vez mais forte em direção a governos sempre mais
conservadores.
Com o fim do Comunismo e da Guerra Fria
no final do século passado, ser comunista virou coisa de pessoas velhas e
ultrapassadas. Após isso, somente Coreia do Norte, Cuba e mais uns dois ou três
países do mundo ainda teimaram em continuar achando que todos os habitantes de
um país são iguais e que toda a riqueza produzida dentro de uma sociedade deve
ser repartida de forma igual entre todos os cidadãos. Até a China, a outrora
potência comunista, abriu mão das ideias ensinadas por Karl Marx. Com uma
economia de mercado, os chineses despontam hoje como a segunda maior potência
econômica do mundo ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Usam os ideais
comunistas apenas na política somente para manter os privilégios dos donos do
poder. Fidel não percebeu o óbvio: era preciso mudar para continuar mandando em
seus pares.
Mas o revolucionário de "Sierra Maestra" não foi só fracasso. Enfrentou cara a cara o gigante americano e quase leva o
mundo à terceira guerra mundial com a crise dos mísseis instalados em Cuba em
1962. Fidel Castro foi exemplo para as esquerdas na maioria dos países. No
Brasil foi idolatrado por Jânio Quadros e também pelos petistas, recentemente
expulsos do poder. Grande parte da classe artística brasileira lhe teceu muitas
loas. Junto a outro também revolucionário, Ernesto Che Guevara, dá o toque
romântico ao pensamento esquerdista. Muitos jovens nas décadas de 60 e 70 do
século passado são influenciados por sua ideologia oca sem perceber que “o
velho camarada” não passava de um sanguinário ditador que nunca se renovou
politicamente e que estava levando o seu país ao colapso e à ruína social e
econômica. Cuba hoje ainda é passado.
Fidel morre e com ele toda uma era
também se vai. Cuba, sem a menor condição de gerir a sua sociedade usando
apenas o sistema comunista, já está se aproximando do Capitalismo que tanto
criticava. A economia da China também já é capitalista. No século XXI, a
dinâmica das relações internacionais não pode mais retroceder à Guerra Fria nem
à ultrapassada ideia de que todos os cidadãos de um país são iguais frente aos novos
desafios econômicos e à produção e distribuição de riquezas. A esquerda,
principalmente no Brasil, ao assumir o poder roubou até “casca de ferida”,
não trouxe os benefícios que tanto pregava e fez tudo aquilo que tanto
criticava nos direitistas. Não há bons exemplos a serem seguidos em países como
Venezuela, Bolívia e Equador que teimam ainda em seguir a cartilha ditada por
Havana. Fidel Castro foi importante, pois projetou sua pequena Cuba para o mundo. Com ele, enterra sua fracassada ideologia.
*É Professor em
Porto Velho.
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