Eu
te amo, Porto Velho!
Professor
Nazareno*
Muito antes de Hildon Chaves do PSDB
ser eleito prefeito de Porto Velho em 2016, eu já amava esta cidade. Agora,
claro, amo muito mais ainda. O ex-promotor de justiça é um homem íntegro,
honesto, pacífico, empreendedor, justo e poeta. Seus versos de extrema
profundidade e conteúdo intelectual deveriam lhe render um Nobel de Literatura.
Mas entendo que a prefeitura de Porto Velho já lhe cabe muito bem como prêmio.
Sei que outras grandes vitórias virão. Vive a síndrome do escolhido. Arrebatar
do nada quase 150 mil votos criticando a cidade não é para qualquer um. Quanto
a mim, pobre coitado, nenhum voto de consolação ao tentar mostrar a verdade
sobre este mesmo lugar. Fui linchado virtualmente e me consideraram
simplesmente um verme. Uma “persona non grata”, um desqualificado, um
pária social, um escroque, um nada.
Estou chateado e muito
aborrecido e quero ir-me embora daqui. A ingratidão e a insensatez da maioria
dos habitantes da capital de Rio Branco (ou de Roraima?) me afetaram
profundamente. Fiz uma burrice das grandes e não há mais espaço para mim por
aqui. No dia em que publiquei meu texto, por exemplo, os vereadores desta
capital tramavam um aumento de salário para si na ordem de 50% em seus
vencimentos. Querem ganhar agora “somente” 18 mil reais por mês.
Preocupados em achincalhar nas redes sociais o “pária Nazareno”, muitos
eleitores e filhos de Porto Velho se esqueceram de protestar. Até os “rondonienses
de coração” passaram batidos. Mas tenho certeza de que os novos edis não
vão aceitar essa “ofensa” em suas contas bancárias e em nome do povo
sofrido de Porto Velho vão renunciar a essa imoralidade.
Saio deste lugar, mas com muita
pena. Onde encontrarei um povo bravo, ordeiro e aguerrido como esse daqui? Onde
encontrar uma gente que convive pacificamente com políticos ladrões e
incompetentes e com tantas obras inacabadas e não dá um pio sequer? Mas o “o
portovelhense é um forte”, acima de tudo. Como me sinto um derrotado,
queria ir embora em grande estilo. E vou avisando: em lombo de jegue, não.
Deixei de ser nordestino há tempos. Pode ser de avião? Há passagens aéreas neste
lugar, mesmo “aquelas mais em conta”? E quero ir ao aeroporto sem passar
pelo Espaço Alternativo. Aquela obra de grande valor e beleza me causaria uma
espécie de banzo. Pense num povo que é respeitado pelas suas autoridades: área
de lazer para todos. É só felicidade. Será que perderei a rara oportunidade de
ver o meu lar e o ar perfumados?
Sentirei saudades do lodaçal, claro.
Mas não quero sair também pela rodoviária infecta e nem pela BR dos viadutos
tortos e inacabados. Pela ponte escura, nem pensar. Será que me readaptaria a Curitiba,
Maringá, Chapecó, Gramado ou Canela? E assistir ao Jornal Nacional e ao
Fantástico da Globo ao vivo e sem gravação atrasada? E cursos de Medicina sem
ter um hospital universitário, onde verei? Tomara que o Moro nunca venha aqui. Viver
em cidades com quase 100% de água tratada, saneamento básico e boa mobilidade
urbana deve ser um horror. Na internet sentirei falta de sites de altíssima
credibilidade como “O Nortão” e da requisitadíssima página do Facebook “Humor
em PVH”. Democráticos, imparciais e com milhões de acessos, esses dois
imprescindíveis órgãos de comunicação locais me fariam muita falta lá no Sul. E
torço para que o Dr. Hildon e seus fichas limpas façam tudo com amor. Porto
Velho, eu te amo. E até breve!
*É Professor
(ainda) em Porto Velho.
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