A
superlua e o novo prefeito
Professor
Nazareno*
Nelson Rodrigues disse certa vez
que, por causa da democracia, o mundo seria governado por idiotas. Não por
competência, claro, mas por que eles são a maioria. E idiotas infelizmente é o
que não falta em Porto Velho e também no Estado de Rondônia inteiro.
Acredita-se que em torno de oitenta por cento dos nossos cidadãos eleitores
sejam perfeitos idiotas: não têm leitura de mundo, não têm escolaridade, geralmente
nada leem, são despolitizados, votam quase sempre como uma “Maria vai com as
outras”, não enxergam um palmo diante do nariz e obviamente não sabem
escolher corretamente seus representantes. Senão vejamos: o que esperar de uma
população de eleitores que vota em Roberto Sobrinho e o elege duas vezes
seguidas, em Mauro Nazif e uma Câmara de Vereadores de Porto Velho como a que “está
saindo do forno” agora?
Pior: quase 150 mil pessoas votaram
em Hildon Chaves e o elegeram para prefeito da capital dos “destemidos
pioneiros” achando que estavam fazendo uma grande coisa para a sua imunda,
fedorenta, suja e descuidada cidade. O Dr. Hildon do PSDB não acreditava que
pudesse ganhar um pleito já na primeira eleição. Chegou inclusive a admitir
esta possibilidade quando o Ibope errou feio ainda no primeiro turno. “Esperava
um terceiro ou um quarto lugar”, disse o novo prefeito desta capital.
Estreante na política, o ex-promotor público queria apenas lançar seu nome
entre os eleitores para, futuramente, talvez se candidatar com êxito para
deputado federal ou mesmo senador da República. Só que deu azar: foi eleito,
para sua surpresa e espanto. Ninguém em sã consciência quer ser prefeito daqui.
Mariana Carvalho que o diga.
Ser prefeito de Porto Velho é uma
maldição que muita gente quer evitar, pois quase todos os últimos administradores
caíram no ostracismo e praticamente morreram politicamente. A capital das “sentinelas
avançadas” destrói a carreira política de qualquer um. A cidade, cujo protetor
é o Satanás, não tem mais jeito. E até agora ninguém descobriu como quebrar o
miserável encanto. Até a superlua não deu certo por estas bandas. Como única
atração turística da cidade escura, o macabro fenômeno encantou a matutos e beiradeiros
e só serviu para iluminar a desnecessária e também escura ponte e também a
entrada (e a saída) da cidade nas imediações dos tortos viadutos ainda
inacabados. Pela primeira vez “deu-se à luz” por aquelas bandas que
imitam o breu. Muitos incautos disseram que o fato já pode ser obra do novo prefeito.
Disseram que a lua estava maior e
por isso, mais bonita, brilhosa e encantadora. Muitos trouxas acreditaram na
lorota e ficaram horas a esmo de “cara pra cima” observando o ridículo fenômeno
que de novo não tinha absolutamente nada. A mesma lua, nem maior nem menor,
voltará com o mesmo brilho nos meses seguintes. Mas os tolos portovelhenses
acreditaram e ainda juram que viram uma lua maior do que o normal. Assim como
acreditaram também nas “poesias” toscas do candidato tucano recém-eleito.
E ainda continuam acreditando. “Na minha administração só terá fichas limpas”,
alardeou convicto o novo prefeito como se o seu chefe de transição não fizesse
parte da nova administração da capital da fedentina. Não creio que a superlua e
muito menos o novo mandatário possam resolver os problemas de Porto Velho, que
nasceu para ser a latrina do Brasil. Mas tomara que o tucano brilhe muito mais
do que essa lua.
*É Professor em
Porto Velho.
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