Alegria:
a Dilma vai voltar
Professor
Nazareno*
A presidente Dilma
Rousseff, afastada injustamente por um tenebroso golpe parlamentar urdido mais
uma vez nos porões da direita reacionária, voltará em breve a ser de fato e de
direito a maior mandatária do país. Com mais de 54 milhões de votos sufragados
na última eleição presidencial, “o coração valente do Brasil” derrotou
nas urnas e de forma democrática os tubarões conservadores e corruptos. Com
medo da Operação Lava Jato os reacionários tramaram na calada da noite e de
forma infame a saída da governante eleita. Em 1964, eles usaram sem nenhum
acanhamento os militares para atingir os seus maléficos objetivos. Desta vez
usaram os políticos para poder passar à desinformada e alienada opinião pública
a impressão de que tudo foi dentro da lei. Mas não foi: há fortes indícios de
que, mais uma vez, atropelaram a frágil democracia.
Romero Jucá do PMDB, ex-ministro do
atual governo golpista, senador por Roraima e um dos artífices do golpe e que
está envolvido até o pescoço em maracutaias e acusações de corrupção “entregou
tudo”, sem querer e sem saber, numa desastrada conversa telefônica. Afirmou
em alto e bom som que havia a necessidade de “mudar o governo para estancar
a sangria”. Ou seja, tirava-se do poder uma presidente democraticamente
eleita e livrava a cabeça dos políticos envolvidos em corrupção, bastando para
isso simplesmente acabar com a referida operação. Outro ministro do atual
governo interino “falou mais do que devia” e também já caiu em desgraça.
Até o ex-presidente Sarney disse que “por bem ou por mal ela tinha que sair”.
Saiu por bem. Se continuar assim, em breve não terá um único ministro para
tocar os destinos do país.
Dilma Rousseff foi afastada por seis
meses. Se neste tempo o Senado não concluir o processo de impeachment, ela
voltará a governar o Brasil e os golpistas saem imediatamente de onde nem
deveriam ter chegado. Melhor: há a necessidade de pelo menos 54 votos, dois
terços, para afastá-la de vez. A abertura do processo teve só 55 votos a favor
de sua saída. Isso quando ainda se acreditava que não tinha sido um golpe.
Hoje, alguns senadores já admitem rever seus posicionamentos em relação ao
afastamento definitivo da petista. Cristovam Buarque já deu entrevistas
mostrando o seu desconforto depois dos novos acontecimentos. José Reguffe,
também senador pelo Distrito Federal pode ir pelo mesmo caminho. O nosso
senador Acir Gurgacz disse que seu primeiro voto não está vinculado à decisão
final. E Romário disse que “vai pensar”.
Independente de ter feito um governo
ruim e catastrófico para o Brasil como tendenciosamente se afirma, Dilma foi
injustiçada ao sair por meio de um golpe, pois quase todos os que votaram
contra ela não o fizeram por questões de consciência, como deve ser qualquer
voto. Foram decisões viciadas para agradar aos partidos políticos e, claro, aos
caciques direitistas e retrógrados que dizem comandar a política nacional. É
possível que muitos outros senadores revejam seu voto e a reconduzam de volta
ao Planalto. Os “coxinhas” se suicidarão aos montes. O Brasil ganha, a
América Latina e o mundo ganham. As mulheres terão sua capacidade e competência
reconhecidas. Todas as minorias voltarão a ter valor. Os pobres não perderão
seus direitos. Dilma voltando pode convocar novas eleições e “com novos
mandatários nós podemos começar tudo de novo e o Brasil voltará a ser forte”.
E golpe, nunca mais. Nem Militar nem Parlamentar.
*É Professor em
Porto Velho.
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