De
Cabral a Dilma: 515 anos de caos
Professor Nazareno*
Hoje, dia 22 de abril, comemora-se uma
das piores tragédias da história da humanidade: há exatos 515 anos, navegadores
portugueses teriam descoberto o Brasil. Apesar de fazer tanto tempo, ainda não há
a certeza de que as caravelas capitaneadas por Pedro Álvares Cabral chegaram
aqui casualmente ou intencionalmente. É difícil, no entanto, engolir a tesa da
intencionalidade, já que desde o ano de 1453 com a tomada de Constantinopla
pelos turcos e o início da Idade Moderna, os ambiciosos europeus buscavam um caminho
alternativo para as Índias com o objetivo de comercializar e roubar as especiarias
de lá. A fim de contornar o continente africano e dobrar o cabo da Boa
Esperança no sul da África, os navegadores portugueses ao enfrentar as fortes calmarias
do Atlântico Norte, podem ter chegado a estas terras por obra do acaso.
Como descobriram o que não queriam e nem
tinham a menor intenção, os nossos antepassados lusitanos parece também que não
se preocuparam em dotar esta terra “selvagem e tacanha” com o que melhor
tinham na Europa. Diferentes dos ingleses, que descobriram os Estados Unidos e
logo transformaram a nova terra em colônia de povoamento, os malditos
portugueses transformaram isto aqui em colônia de exploração. Além disso, o
Brasil serviu como depósito de gente da pior espécie que havia na Península
Ibérica. Ladrões, assassinos, pedófilos, psicopatas e estupradores foram nossos
antepassados. Roubar e explorar toda a riqueza produzida por aqui era a meta.
Parecia até uma maldição. Madeiras, ouro, prata, cobre e toda a sorte de metais
preciosos tudo era levado escandalosamente para Portugal sem o menor
acanhamento.
Desgraça esta que continuou no DNA dos
futuros habitantes e, como uma praga secular, se perpetua até hoje. Aqui, nada
dá certo. O “jeitinho” e o improviso são a marca maior da nação e levar
vantagem em tudo parece ser o lema preferido dos atuais escroques. Temos um dos
piores capitalismos do mundo e continuamos a produzir riquezas como
antigamente, porém somos a pátria da desigualdade social, dos pobres, dos
miseráveis e dos famintos. Como ratos, nos multipicamos e hoje somos mais de
204 milhões de pessoas, a grande maioria sem perspectiva nenhuma de futuro e
desprovidos totalmente de escolaridade, de leitura de mundo, de boas maneiras e
de civilidade. Pior: nossa mentalidade ainda está na Idade Média e a corrupção
tem-nos acompanhado durante todo este tempo. A hipocrisia: todos dizem amar
este torrão inóspito e inculto.
“Sem eira nem beira e aos trancos e
barrancos”, o Brasil não tem nenhuma importância no cenário internacional.
Nunca participamos de nenhuma decisão que norteie os caminhos da humanidade e
simplesmente somos ignorados pelas grandes potências da atualidade. Nunca
ganhamos um prêmio Nobel, não temos a bomba atômica, nossa sociedade é rústica
e não nos destacamos em nada. Somos ainda uma colônia atrasada, com escravos,
exploração, mão de obra barata e produzindo commodities para o resto do planeta
sem ganhar nada em troca disto. Temos, como na época dos colonizadores, um dos
piores sistemas de educação do mundo e ainda a catástrofe de sermos governados
pelo PT. Em qualidade de vida perdemos até para os portugueses. Nestes 515 anos
de agruras e sofrimento, a melhor coisa que poderia nos acontecer era voltarmos
a ser colônia, pelo menos de Portugal. E começar tudo de novo.
*É
Professor em Porto Velho.
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