Deixem
o Dr. Mauro em paz!
Professor
Nazareno*
O vereador Léo Moraes do PTB, na sua incansável faina
diária, deixou a entender que pode votar o impeachment do Prefeito Mauro Nazif
de Porto Velho devido, dentre tantas outras irregularidades, ao escândalo
envolvendo as cestas básicas para os desabrigados da enchente histórica do rio
Madeira e aos recentes casos de corrupção que se avolumam em órgãos da
administração municipal. A iniciativa do nobre vereador é pertinente, pois se
for feita uma pesquisa na cidade, verifica-se que o índice de rejeição do atual
Prefeito está muito alto e que quase 90% da população local quer vê-lo pelas
costas, mas não creio nesta empreitada, pois sigo os ensinamentos do
ex-presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, de que “se há um idiota no
poder, os que o elegeram estão muito bem representados”. Ou seja, nós
próprios.
E um dos problemas talvez resida neste fato: estamos
querendo que as nossas autoridades se comportem e ajam como se fossem governantes
do mundo desenvolvido e civilizado. Se estamos agindo como cidadãos de um mundo
subsaariano e atrasado, não esperemos que os nossos mandatários façam
diferente. Nazif é igual a qualquer um de nós: é brasileiro de nascimento e foi
votado por brasileiros também. Lógico que só poderá agir como um autêntico
político brasileiro. Podia ser diferente? Além do mais, Porto Velho não é
Munique, Londres ou Paris. É uma cidade sem água tratada, sem saneamento básico
e cuja maioria da população sujamos diariamente as ruas, as poucas praças e
logradouros municipais. Nesta enchente histórica do Madeira, o que mais se
observam são garrafas pet, imundícies, carniça e lixo boiando nas águas
infectas.
Léo Moraes devia parar com esta implicância boba e se
juntar aos seus pares da Câmara Municipal com o objetivo “nobilíssimo”
de conceder títulos de cidadão de Porto Velho para as “outras”
autoridades. A atual administração pode até estar parada, mas acho que ele
poderia ser muito mais útil se fosse à tribuna para defender e isentar, por
exemplo, as usinas hidrelétricas de qualquer culpa por esta enchente histórica
no rio Madeira. Aliás, como a maioria dos políticos locais e até nacionais
estão fazendo. O maior problema de se exigir do Prefeito Mauro Nazif uma
postura de trabalho e esmero é ver Porto Velho limpa, cheirosa e higiênica,
coisas que não combinam com “uma cidade que engorda urubus”. Se a nossa capital
sempre foi um lugar abandonado pelos seus administradores, por que só o Dr.
Mauro teria que fazer tudo diferente agora?
Mesmo assim, a saída do atual Prefeito pode ser um
autêntico “tiro no pé” de nós portovelhenses, uma vez que assumiria em
seu lugar o seu vice Dalton di Franco ou então Alan Queiroz, presidente do
Legislativo municipal. Ou seja, não mudaria absolutamente nada para nós
munícipes. Com o estado de calamidade pública já garantido na nossa cidade,
quem cuidaria de nós tão bem como o Dr. Mauro? A inacabada ponte do Madeira e
os viadutos na entrada da cidade, o DNIT se quiser que os termine. Quem precisa
mesmo destes “elefantes brancos”? A Rua da Beira e a rodoviária nova é
atribuição do Estado. E como não há buracos nem lama nas nossas ruas, o
Prefeito deve continuar ou então entregar a sua administração ao PT. Incrível:
a essa altura, todos já estamos sentindo saudades do “psicólogo do bigodinho”.
Feliz, o Candeias conseguiu viver sem Prefeito. Será que sobreviveríamos sem o Mauro
Nazif?
*É Professor em Porto Velho.
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