Rondônia, a Meca
do atraso
Professor
Nazareno*
Rondônia é o
suprassumo da bosta. Dentre as 27 unidades da federação, é talvez a pior delas.
Longe e muito distante dos grandes centros civilizados do mundo, o jovem Estado
já devia ter sido anexado pela Bolívia há muito tempo. Aqui nada dá certo por
mais que se tente. Sua inusitada, suja e fedorenta capital é uma curva de rio
sem a menor qualidade de vida. Os políticos daqui estão entre os mais
desonestos do país, embora sejam aclamados como heróis pela incauta e
desinformada população. Rondônia é um destes lugarzinhos sem eira nem beira
para onde só vem quem tem negócios ou tem a infelicidade de ter parentes
morando aqui. As raras passagens de avião são as mais caras e cada vez mais os poucos
voos ainda disponíveis para a “capital
das sentinelas avançadas” são cancelados. O Estado é conhecido como a
latrina do Brasil.
Aqui não há
universidade estadual, não existe banco do Estado e o único que possuía já foi
extinto, os seus ativos financeiros “doados”
à elite política e a outros “empresários”
e por isso o povo paga mensalmente uma “dívida
eterna” à União. O lugar é tão miserável que mesmo possuindo três hidrelétricas,
deve ter uma das mais altas taxas de energia elétrica do país. Tinha a Ceron,
Centrais Elétricas de Rondônia, a tosca concessionária de energia elétrica, que
foi vendida a preço de banana para uma tal Energisa de Minas Gerais, que junto
com a Aneel empurrou goela abaixo dos otários consumidores locais um reajuste
superior a 25 por cento. Na época, somente meia dúzia de políticos espertalhões
se disse preocupados com o roubo. Agora, consumado o assalto, todos “colocaram sua viola no saco” e a Energisa
ri à toa da cara dos lesados.
A capital dos “destemidos pioneiros” tem um hospital de
Pronto Socorro. É um “açougue”
imundo, caindo aos pedaços e sem a menor infraestrutura para onde só vai
basicamente quem é pobre. É um “campo de
extermínio de miseráveis”. O “velho
açougue” tem desafiado um a um os governantes que assumem o poder neste “cu do mundo”. Lá os “problemas macro sempre predominam sobre os
problemas micro”. Enquanto isso, sua paupérrima clientela de banguelas e despossuídos
morre pelo chão feito inseto. Mas a cidade, por incrível que pareça, até que
possui prédios suntuosos e caros que são verdadeiros palácios de ouro e que
abrigam as várias instâncias da Justiça, os fóruns, os Ministérios Públicos e
também os barnabés a serviço do Estado. Lugar infame e escroto, em Rondônia
professor é proibido de merendar junto aos seus alunos.
Futebol de
verdade não há. Só alguns times de nomes engraçados e das últimas divisões. Mas
o Carnaval rondoniense é um dos melhores. Uma conhecida banda chega a colocar
mais de cem mil pessoas nas ruas. Foi recentemente declarada não se sabe ainda
o porquê como “patrimônio cultural”
da cidade, embora sua maior contribuição seja somente gerar muitas toneladas de
lixo, entulhos e seboseira por onde passa. O prefeito da capital, bem
intencionado, colocou algumas flores para enfeitar uma das sujas ruas. Roubaram
tudo e ainda quebraram os vasos. O brasileiro comum é um perfeito idiota. O
rondoniense também. De política nada entende. E por isso não só ajudou a eleger
o “Mito” como ainda defende as
barbaridades ditas pelo arremedo de presidente. O Estado é a casa dos
comissionados e do nepotismo. Por aqui ainda não choveu merda, mas Porto Velho
é a única capital onde se improvisa transporte coletivo.
*É
Professor em Porto Velho.
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