O Brasil de
Angela Merkel
Professor
Nazareno*
Independente de quem tenha dito a
célebre frase, o Brasil realmente não é um país sério. Mal tomou posse, o novo
governo “de salvação nacional” apenas
deu prosseguimento às “brasileirices”
já amplamente conhecidas por todos nós. De norte a sul do país o que se viu em
apenas dois ou três dias foi um espetáculo de bizarrices e de ações
governamentais que lembram os velhos governos. Nada mudou ainda. O povo, burro
e desinformado como sempre, foi às urnas na vã esperança de ter dias melhores e
o que se vê é um festival de velhas práticas quando se trata da coisa pública.
“É muito cedo para se colher resultados”,
dirão alguns eleitores ainda otimistas a essa altura do campeonato. O governo
Bolsonaro já começou todo errado e o do coronel Marcos Rocha em Rondônia
também. Até agora, nada se viu de novo “nem
aqui e nem acolá”.
“O governo do Bolsonaro vai ficar
caracterizado como o governo das cores”, como muito bem disse o professor Francisco Xavier Gomes de
Cacoal: “a campanha foi feita em verde, amarelo e azul. Na
posse, ele declarou guerra ao vermelho.
Nossa bandeira nunca será vermelha,
disse. A ‘ministra da goiabeira’, Damares Alves, declarou em discurso que ‘menina
usa rosa e menino usa azul’. O motorista da família ganha em
um ano uma grana preta. Um dos filhos
de Bolsonaro parece gostar mais de laranja.
O SBT, a TV da família, faz a parte da imprensa marrom. E o clima está ficando cinza...”.
Em países sérios como a Alemanha, por exemplo, nenhum governante se sustentaria
no cargo por muito tempo se falasse essas tolices para a nação. Mas no Brasil,
o nível de leitura de mundo do nosso eleitorado dispensa qualquer comentário.
Já pensou a
chanceler alemã Angela Merkel demitir todos os funcionários comissionados e
fazer propaganda disso? Óbvio que ela diria que demitiu muitos, mas iria
contratar outros tantos. “Tiro os teus e
coloco os meus”, é a regra daqui. Não haverá economia de nada. As despesas
podem inclusive aumentar com tantos funcionários contratados sem concurso.
Comissionado é uma velha prática que precisa acabar, simples assim! Só que
nenhum governante eleito falou isso para o eleitorado. E na maior cara de pau
continuará com a prática. É preciso “despetizar”
o governo. Porém, como nada é para sempre, depois haverá também a necessidade
de “desbolsonarizar” esse mesmo
governo? E viajar a custa do contribuinte? Se a presidente da Croácia, Kolinda
Kitarovic visse o péssimo exemplo dado em Rondônia, ficaria envergonhada.
Se esse
governo fosse realmente sério, a ministra Damares Alves não daria tantas
declarações folclóricas e absurdas. “Ou
se cala ou será advertida”. Será que ela já ouviu falar em Simone de
Beauvoir? O caos se aproxima: em vez de tentar resolver os problemas reais do
país, Bolsonaro quer combater o que nunca existiu como kit gay, ideologia de
gênero e Socialismo. O Brasil socialista é um engodo inimaginável que só existe
na cabeça dele e de alguns de seus seguidores. Em Rondônia, será que o novo
governador não percebeu a tolice que fez ao viajar a Brasília e de ter deixado
o Estado quase três dias praticamente sem funcionar? E nem precisa citar o
escândalo das diárias. Os novos governantes deveriam imitar Angela Merkel e não
continuar com as mesmas práticas do Temer, da Dilma, do Lula e do PT. O Brasil
queria mudanças, mas onde é que estão elas? Ou esses novos “sábios” mudam sua postura ou nada mudará
no país.
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Até agora o governo de bolsonaro pode ser chamado o "o governo da esperança". O que nos resta é esperar. #nadamudou
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