Ícone em apenas
dez dias
Professor
Nazareno*
Mal tomou posse
na Presidência da República, o senhor Jair Messias Bolsonaro, o “Mito”, encantou a todos com a sua
maestria em saber bem administrar o povo brasileiro. Demonstrou competência,
carisma, sabedoria e acima de tudo bom senso na difícil arte de conduzir os
destinos de um país tão complexo como o nosso. O Brasil nunca mais será o mesmo
depois desta “administração dourada”.
Cercado pelo que de melhor há em termos de pessoal, ministros e assessores,
Bolsonaro é um poço de sabedoria que já está recusando convites de várias
universidades e centros de pesquisas do mundo para dar palestras sobre
administração, visão de mundo e principalmente humanidades. Harvard, MIT,
Cambridge, Sorbonne, Stanford, dentre outras escolas, querem seus ensinamentos.
Se John Reed estivesse vivo, outra grande obra seria escrita.
“Os dez dias que abalaram o Brasil” seria
mais um best-seller com tiragens esgotadas em centenas de idiomas. Os eleitores
de Bolsonaro estão encantados com todas as suas ações como o líder maior do
país. Muitos dos professores de História e
apoiadores de primeira hora do “Mito”
estão deslumbrados e extremamente satisfeitos com o seu “Estimado Líder”. Desde a posse, suas sábias decisões comovem a
todos. Da caneta Bic ao relógio barato, o país não fala em outra coisa. As
redes sociais não param de mostrar os feitos do “mais humilde dos homens”, que fora mandado por Deus para salvar o
Brasil e os brasileiros. Muitos homossexuais, travestis, quilombolas, indígenas,
educadores, pais de família e outras minorias se regozijam de orgulho e
felicidade pela retumbante e acertada escolha que fizeram. De “Mito”, ele logo será promovido a Deus.
Seus filhos são
amados pelo Brasil inteiro. Íntegros, honestos e batalhadores nunca se
envolveram em escândalos. Sempre estiveram ali, colados ao lado do pai e
mostrando o real valor da família. Seu
vice é também outra estupenda figura de enorme aceitação popular. Militar de
excelentes serviços prestados ao país ele tem um filho que, apenas por sua
ilibada competência, vai prestar assessoria ao Banco do Brasil com um salário
de 37 mil reais mensais. A ministra da ‘Mulher, Família e Direitos Humanos’ não
poderia ter sido uma melhor escolha por parte do “sábio” presidente. Damares “Goiabeira”
Alves emociona a todos com a sua fala e as suas elucubrações. Desbancou Simone
de Beauvoir com a sua retórica e os seus saberes quase divinos. E já sabiamente
previu: “menino veste azul e menina veste
rosa”. É uma ministra “terrivelmente”
cristã.
Para onde se
olhe nestes poucos dias de administração Bolsonaro, o que se vê é um festival
de competência, brilhantismo, profissionalismo e amor pelo Brasil. Até nos
Estados, muitos dos governadores que foram eleitos à sua sombra se esmeram em
mostrar trabalho só para agradar e satisfazer o “abençoado” líder. Funcionários comissionados foram todos demitidos
para o bem geral. Nepotismo, por exemplo, é uma palavra já devidamente riscada
do mapa político nacional. Relações com a mídia é algo incentivado desde o
primeiro dia de governo. No plano externo, nada de subalternidade aos
interesses internacionais. “O Brasil a
partir de agora assumirá em definitivo a sua verdadeira posição no mundo
globalizado”, é o mantra que mais se ouve no Itamaraty. Não consigo
entender: onde estivemos neste tempo todo que não vimos essas pessoas
abençoadas para nos liderar? “Bolsonaro
que estás no céu, santificado seja teu nome...”.
*É
Professor em Porto Velho.
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