2015,
um ano sem retrospectiva
Professor
Nazareno*
O ano de 2015 está
praticamente chegando ao fim e não tem mostrado até agora nenhuma novidade,
pois os fatos que aconteceram no Brasil e em Rondônia parecem repetir os outros
anos: na política, na economia, no dia-a-dia da sociedade e em quase todos os
outros aspectos da vida normal o que se viu foi a continuação do que já se
passou. A corrupção e a roubalheira foram a tônica no país no ano que ora se
encerra. Não houve mais nem menos roubo ao Erário em 2015. A vergonhosa
dilapidação do dinheiro público continuou de forma sistemática mesmo com os
pequenos êxitos da Operação Lava Jato. A Justiça até que tentou, mas os ricos e
endinheirados ladrões do país continuaram a ter os privilégios de sempre. Pouca
coisa foi devolvida aos cofres públicos e os que ainda estão presos serão
soltos logo, logo. Só os pobres é que sofrem.
Em Porto Velho não foi diferente. As
fedorentas ruas da capital continuaram sujas e imundas e o prefeito Mauro Nazif,
no terceiro ano consecutivo de seu desastrado mandato, ainda não disse a que
veio. Desorganização, incompetência e desrespeito ao cidadão comum se repetiram
cotidianamente sem nenhuma solução por parte do poder público. As várias greves
no horroroso sistema de transporte coletivo acirraram a ganância e a falta de
respeito dos mototaxistas e donos de lotação comum. No meio ambiente não foi
diferente, a “capital das sentinelas avançadas” durante o logo verão
ficou encoberta por uma densa nuvem de fumaça das queimadas. Parecia Pequim ou
Xangai. Nenhuma autoridade ou instituição fez absolutamente nada para resolver
o horror. A violência continuou e o caos no trânsito seguiu sua rotina macabra de
mortes.
As obras inacabadas de Porto Velho
continuaram inacabadas. O Espaço Alternativo “entrou ano e saiu ano” e
está lá como a atestar a incapacidade, o pouco caso e a incompetência das
autoridades rondonienses. A ponte continuou escura como breu e os viadutos do
PT fincados lá, todos destroçados como se estivessem a rir dos tolos
transeuntes e otários pagadores de impostos. O “açougue” João Paulo
Segundo continuou com a sua triste sina de “campo de extermínio de pobres”.
Como não foi ano eleitoral ninguém votou, mas muitos desejariam ter votado nos
mesmos políticos canalhas e ladrões de sempre. Uma tosca, caríssima (dois
milhões e meio de reais), feia e desajeitada iluminação de Natal, melhor do
que a dos anos anteriores, coloriu somente alguns pontos de Porto Velho e
desencadeou uma admiração ímpar ao prefeito Nazif.
O ano de 2015 termina muito pior do
que 2014 e certamente bem melhor do que 2016. O cidadão comum de Rondônia se
quiser ver o fundo do poço terá que olhar para cima. E não há perspectivas de
melhoria em curto prazo. A Assembleia Legislativa do Estado e a Câmara de
Vereadores da cidade não se envolveram em roubos no presente ano, algo inédito
de se ver. No comércio, a falta de educação de sempre não mudou em nada. Na mídia,
as propagandas insossas e a “puxação de saco” aos políticos corruptos
continuaram e a TV Rondônia, retransmissora da poderosa Rede Globo no Estado,
continuou sem nenhum acanhamento a retransmitir seus telejornais gravados como
fazia há mais de 30 anos. Parece que para a Rede Amazônica, o ano de 2015 é
igual a 1975, ou antes. Aqui, assiste-se ao Jornal Nacional primeiro na
internet e uma hora depois na televisão. Retrospectiva para quê? Rondônia está
fora do tempo e do espaço. Feliz 1980.
*É Professor em
Porto Velho.
Um comentário:
Caro zprofessor Nazareno, o que muito me agradou no seu comentario foi a rxpressao linguistica. Parabens.... O meu celular nao tem acentuaçao.
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