Jair
Bolsonaro é eleito nos EUA
Professor
Nazareno*
Poucas
pessoas esperavam esse resultado nas recentes eleições dos Estados Unidos, mas Jair
Messias Bolsonaro ganhou com folga de Kamala Harris e será o 47º
Presidente dos Estados Unidos. Isso depois de perder a reeleição para Joe Biden
após o seu primeiro mandato entre 2017 e 2021. Bem diferente do Brasil, onde o
STF conseguiu com muita rapidez votar pela inelegibilidade do ex-presidente,
nos EUA a Suprema Corte deixou as coisas “correrem solta” e não quis julgar
adequadamente o Bolsonaro pelos inúmeros crimes que o mesmo cometeu enquanto
frequentava a Casa Branca como no dia 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão
enfurecida invadiu o Capitólio norte-americano, o Congresso Nacional de lá, para
impedir a diplomação de Joe Biden, o vencedor das eleições presidenciais do ano
anterior. Pelo menos cinco pessoas morreram.
Bolsonaro
queria vencer também aquelas eleições, mas na marra, de qualquer jeito. Por
isso, não mediu esforços para ameaçar publicamente a democracia americana. Já
no Brasil, o nosso seis de janeiro também aconteceu: foi na verdade no dia oito
de janeiro, só que de 2023. Aqui, uma multidão enfurecida não reconheceu a
vitória do presidente Lula e, de supetão, tomou as frentes de quase todos os
quartéis do país exigindo um golpe militar. Tudo culminou na tomada de Brasília
com depredações e saques das principais instituições da República como o
Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Acampados em frente às unidades militares, os golpistas, talvez influenciados
pelo presidente derrotado, queriam absurdamente a deposição do presidente
eleito e a consequente anulação das eleições, mas somente no segundo turno.
O
Supremo Tribunal Federal do Brasil, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes,
bem diferente da Suprema Corte dos Estados Unidos, tomou as rédeas da situação
e determinou o fim imediato dos acampamentos na frente dos quartéis e mandou
prender vários daqueles arruaceiros golpistas. Muitos já foram condenados e
estão hoje cumprindo pena de até 17 anos de cadeia. E o ex-presidente daqui
pode ser preso a qualquer momento. Não só por ter incentivado claramente o
nosso oito de janeiro, mas principalmente por estar sendo responsabilizado
também por vários outros crimes, dentre eles o negacionismo e as dificuldades
que impôs para a compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19. Com isso,
várias dezenas de milhares de brasileiros morreram vitimados pela doença. Hoje ele
não pode nem deixar o país. Está com o passaporte retido.
Tanto
o atual presidente eleito dos Estados Unidos quanto o ex-presidente do Brasil
são da extrema-direita reacionária e jamais tiveram “papas na língua”. Ambos
com tendências políticas favoráveis ao fascismo, ao ódio e ao autoritarismo,
governaram sempre para os mais ricos e os mais abastados. Porém, como “os
países não têm amigos nem inimigos, apenas interesses” o Brasil não pode e
nem deve se meter nos assuntos internos da Casa Branca. Está mais do que óbvio
que com Jair Bolsonaro sendo de novo presidente dos Estados Unidos, a situação
dos imigrantes, que já era ruim, vai piorar ainda mais. E pode ser ruim também
para o Brasil, já que o nosso presidente torcia publicamente pela Kamala Harris.
Só que tanto faz um quanto a outra. Mas o Lula que se cuide: governando com
toda essa moleza, como por exemplo, durante as queimadas no último verão, vai
terminar perdendo as próximas eleições daqui para o Donald Trump em 2026.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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