Não vou sair às
ruas
Professor
Nazareno*
Dia 15 de maio de
2019 a Educação do Brasil vai parar. Será a primeira das grandes manifestações
contra a política do presidente Jair Bolsonaro. Cortes de verbas destinadas a
este vital setor têm insuflado os esquerdistas principalmente e também a
oposição a sair às ruas em grandes passeatas. Até no sisudo colégio João Bento
da Costa de Porto Velho, onde o seu Terceirão jamais paralisou, há escaramuças
de que alguns professores do projeto vão aderir a essa onda protestos. O
Sintero, Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia já anunciou que “diante
de todos esses ataques do Governo à educação pública e aos trabalhadores,
convocará a categoria para aderir à Greve Geral da Educação no dia 15 de maio.
Não vamos admitir que nosso país retroceda”, disse a presidente, Lionilda Simão. Só que eu não vou
parar.
Apesar de ser filiado ao sindicato, não concordo com esta
postura de parar as aulas por qualquer motivo. Entendo que essa paralisação só
vai beneficiar o presidente e a sua política maluca: um dia a menos de aula
fará com que os alunos fiquem ainda mais burros e desinformados. E quanto mais
alienados e sem leitura de mundo, mais eles votarão em pessoas como Jair
Bolsonaro. Devíamos dar aulas aos sábados, domingos e feriados para esclarecer
ainda mais os nossos estudantes. Privando-os de ter aulas, estamos empurrando
todos eles para a burrice e para a escuridão da ignorância. No Japão, por
exemplo, os motoristas de ônibus fazem greve dirigindo todos os veículos e
cobrando uma passagem menor. É uma forma inteligente de fazer protestos. Além
do mais, cortar verbas de mestrados, doutorados e universidades conta com apoio
popular.
De um modo geral, o povo brasileiro “está se lixando” para a Educação e as escolas. Esta semana mesmo, o
carro de um professor foi incendiado em Porto Velho por um aluno furioso. A
sociedade brasileira não liga para as escolas, para a educação, nem para os
professores. O próprio sindicato da categoria não emitiu uma única nota sequer
sobre o ocorrido. Acho que o coitado do mestre ficou no prejuízo. São poucos os
brasileiros que valorizam a Educação e o saber. E foram exatamente a maioria
destes que votou no “Mito”. Aguente,
portanto, as consequências. O povão é tão broco quanto o atual ministro da
Educação do Brasil, Abraham
Weintraub. Sem conhecimentos de ciências sociais, confunde Kafka com Kafta, sem
conhecimentos de matemática básica e com pouco domínio da gramática, o atual ministro
substituiu outro mais burro ainda.
O importante era tirar o PT do poder. Tiraram. Deram um golpe
na Dilma e agora estão reclamando de quê? A gasolina não para de subir, o preço
do gás está nas alturas, o desemprego campeia, a desilusão de todos é visível,
a violência no país aumenta assustadoramente. É uma “bosta” atrás da outra. Basta o presidente abrir a boca. O cara só
fala barbaridades. Parece um governo de débeis mentais, de idiotas. E eu estou
de camarote só assistindo “ao trem passar”.
Não sairei às ruas de jeito nenhum. Quem votou no “Mito” e na sua gente que se explique e sofra pela merda que fez ao
Brasil. Tomara que ele mande fechar todas as escolas e universidades do país.
Tomara que ele não invista um só centavo em educação, nem em saúde, nem em nada.
Uma pena para os que ainda valorizam a educação e o saber. Uma pena para os que
não votaram nele. Parar as escolas por um dia não resolverá nada. Só aumenta a
ignorância.
*É Professor em Porto Velho.
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