KOREAN BROADCASTING SYSTEM / AFP
Coreias
unificadas: potência
Professor
Nazareno*
O presidente da
Coreia do Norte, Kim Jong-un, assombra o mundo mais uma vez. Sua proeza agora
não foi mais um teste com armas nucleares ou as ameaças aos Estados Unidos e
aos seus vizinhos, a Coreia do Sul e o Japão. O ditador do país mais fechado do
mundo, que há pouco tempo testava lançamentos de mísseis balísticos e explosões
atômicas, aceita dialogar com o seu arqui-inimigo e vizinho presidente Moon
Jae-in da Coreia do Sul para tratar de negociações de paz e também da completa
desnuclearização da península coreana. O encontro entre os dois mandatários
encantou o planeta e parece que afastou de vez o perigo de um confronto atômico
envolvendo os Estados Unidos, a China e todos os povos da região. Alívio: As
duas Coreias que tecnicamente ainda estão em guerra desde 1953 ensaiam um
definitivo acordo de paz.
As grandes potências econômicas e
militares do planeta como Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China
podem ter armas de destruição em massa em seus arsenais, mas os países de menor
expressão estão proibidos de tê-las. Mesmo assim, Israel, Paquistão, Índia e
Coreia do Norte são integrantes desse seleto clube nuclear. O Brasil, óbvio, não
tem armas nem para matar passarinho. Nossas Forças Armadas não dispõem de
munição ou armamentos sofisticados nem para uma hora de guerra. Nossa Força
Aérea tem apenas alguns "teco-tecos" enferrujados que foram sobras da Segunda
Guerra Mundial. Estamos longe de enfrentar numa guerra os modernos caças
franceses Dassault Rafale, os Sukhoi da Rússia ou os invencíveis caças F-35 dos
Estados Unidos. O Brasil não pode participar de conflitos: seria derrotado
facilmente por qualquer país.
Nossa Infantaria
é risível. Numa guerra de verdade perderia até para a Bolívia ou Venezuela e a
nossa Marinha dispõe somente de um porta-aviões totalmente obsoleto que também
é sobra da Segunda Guerra. Já os norte-coreanos têm Forças Armadas bem
treinadas além de um poderoso arsenal atômico. Por isso, foram à mesa de
negociação com os seus vizinhos do Sul. Mais pobre e atrasada do que a Coreia
do Sul, o Norte sofre com as sanções impostas pela ONU por causa do seu arsenal
atômico. O ditador Kim Jong-un percebeu que unido, o povo coreano será
fortalecido em todos os aspectos. A Coreia do Sul desponta hoje como a décima
potência econômica do mundo. Tem uma economia igual à do Brasil embora só tenha
52 milhões de habitantes numa área igual à de Pernambuco. Seus bons produtos
são conhecidos e consumidos no planeta inteiro.
Não foi o
Capitalismo que desenvolveu os sul-coreanos. Foi a disciplina e a organização
daquele povo oriental. O Brasil é capitalista, mas é fracassado. Rondônia, nem
se fala. Juntas, as duas Coreias serão talvez em poucas décadas um dos países
mais desenvolvidos e modernos do mundo. A República da Coreia encantará o
mundo. A área territorial das duas nações juntas ficará menor que Rondônia e
terá uma população disciplinada, organizada e muito trabalhadora de quase 80
milhões de pessoas. Sozinha, a Coreia do Sul já é uma das maiores potências
econômicas da atualidade. Unido, o novo país, além do forte poderio econômico, será também uma potência nuclear invejável. O perfeito sistema de educação dos
sul-coreanos os projeta como um país moderno e superdesenvolvido. O coroamento
dessa política de paz e harmonia entre os dois povos se dará com a entrega do
Prêmio Nobel da Paz para os dois líderes coreanos.
*É
Professor em Porto Velho.
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