Forasteiros X Beiradeiros
Professor Nazareno*
Óbvio que forasteiro
é o sujeito que veio de fora. Isto muita gente sabe. E beiradeiros não são só
aqueles habitantes humildes que nasceram e moram na beira de um rio qualquer. É
sinônimo de gente simplória, indivíduo com pouca ou nenhuma instrução, matuto
mesmo, ou seja, pessoa que se deixa roubar e não reage. Essa dicotomia está evidenciada
na prática e de forma bastante clara em Rondônia. Eu, o odiado Professor
Nazareno, não sou beiradeiro. Embora não me orgulhe muito disto, sou
forasteiro. Nasci longe daqui e moro há mais de três décadas em Porto Velho. Residi
também em Calama. Estado relativamente novo na federação nacional, Rondônia
sempre foi vista pelo resto do Brasil como uma espécie de mapa da mina, um “Eldorado”,
um lugar para se encher de grana e cair fora o mais rapidamente possível.
Para muitos forasteiros, enriquecer
e melhorar de situação sempre foi o objetivo maior. Lugar atrasado, distante
dos grandes centros e inóspito, Rondônia e sua imunda e mal cuidada capital
sempre despontaram como oportunidades únicas para a ascensão de muitos
profissionais, às vezes, rejeitados em seus Estados de origem. E o atrativo
maior para estas infames empreitadas sempre foi a política. Dizem que Rondônia
nunca teve um governador nascido nestas terras, embora se atribua a um único
sujeito esta rara característica. Porto Velho, com mais de um século de
existência, também nunca teve um prefeito eleito nascido no município. Sem “beiradeiros
legítimos”, os destinos deste Estado e de seus 52 municípios sempre foram
guiados pelos interesses dos forasteiros.
Claro que quem nasce em Rondônia não
tem que ser necessariamente honesto e que quem vem de fora tem que ser ladrão ou
corrupto. Em todos os cantos deste imenso Brasil há pessoas honestas e pessoas
corruptas. Porém, observando-se as sacanagens e as roubalheiras que têm sido
feitas em Porto Velho e em Rondônia nos últimos anos, chega-se a imaginar: será
que um filho legítimo desta terra teria a coragem de roubar e fazer o que os
forasteiros fazem? Você, filho natural desta capital, rondoniense nato, teria
feito uma decoração natalina como esta que foi feita em Porto Velho em 2014 ou
mesmo aquela ridícula de 2013? Teria coragem de roubar o dinheiro destinado à
construção de obras públicas vitais ou de se envolver em maracutaias para desviar
57 milhões de reais do seu Estado? Beiradeiro só perde e empobrece, forasteiro
só ganha!
Acho que um autêntico beiradeiro,
mesmo que odiasse tanto este lugar, jamais faria tamanha pilantragem contra ele.
Tem que ser de fora mesmo, com todo respeito a nós, forasteiros, para saquear dessa
forma. Você roubaria seu pai? Roubaria sua mãe? Roubaria você mesmo? Gostaria
de ver a sua capital desta maneira? Uma cidade destroçada e administrada da
forma mais incompetente possível. Um Estado saqueado, explorado ao extremo. Dói
muito ver a roubalheira e a impunidade campearem desse jeito. A maioria dos que
roubam Rondônia e a envergonham, saqueiam-na, não é filho desta terra. Muitos são
forasteiros que não a amam, mancham o seu nome, denigrem a sua imagem e
corrompem as suas futuras gerações. Filhos legítimos de Rondônia! Tomem
vergonha na cara! Ergam-se contra essa gente imunda e miserável. Defendam seu
torrão. Se não fizerem isso, abaixem suas calças e esperem pelo pior que ele
virá!
*É Professor em Porto Velho.
5 comentários:
Fessor, bênça! Se serve de consolo, aquilo que vem por aí... tranquilo! Vem antes um cafuné de indenização, vem antes um beijinho na nuca de bolsa família, vem antes uma vaselina de promessas eleitorais e juras de inocência e ... TOME ! E eles sabem fazer a gente arriar as calças sem ver. E sabe que que o povo vai fazer? NADA, absolutamente nada. E o senhor, como professor, sente isso na pele mais que ninguém, diga: vê esperança nos próximos 10 anos?
NAZARENO....EM RONDONIA SOMENTE OS FORTES SOBREVIVEM......TU SABE DE NADA INOCENTE.....OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM. QUEM NAO ESTIVER SATISFEITO, PODE VOLTAR PRO BURACO DE ONDE NUNCA DEVERIA TER PARTIDO.
o oswaldo piana entre outros, são daqui e também não fizeram nada por esta terra. e vendeu rondonia para a holanda. com o planafloro
Professor Nazareno, honestidade não se adquire pela origem, nem se tem como orgulho, deveria ser algo natural e de todos, independentemente de suas origens. No entanto enquanto que o muito cidadão é inflado por discursos do "onesto" que nunca sabe de nada, mas dele se beneficia, acredito ser difícil convencer o cidadão realmente ser honesto, pois as falcatruas enriquecem o bolso e nada, digo, nada é devolvido ao erário público. Quer um exemplo. Mensalão, só pagaram a multa e não devolveram nada do que roubaram, e é assim também na nossa Rondônia.
Porto velho sempre foi saqueada, mas nunca foi tão roubada quanto na era PT. Deveria estar no seu texto essa fase, foram oito anos de muito roubo. Por que não citou? A pergunta é retórica
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