Corrupção com os dias contados
Professor
Nazareno*
Neste ano de 2076 a situação política do
Brasil foi muito preocupante. Mesmo sendo reeleito para mais um mandato de sete
anos, o Presidente Mário Eugênio Lula da Silva já admitiu que haverá muitas
mudanças em seu novo governo. “O nosso país precisa se inserir na nova
realidade mundial e para isso é necessário investir na honestidade do nosso
povo”, disse o recém-eleito mandatário, talvez se inspirando em seu famoso
bisavô. Sobre o escândalo de corrupção que praticamente destruiu todo o setor
elétrico do país e que envolveu e envolve várias personalidades e líderes do PT
e também de todos os outros partidos políticos, o líder dos brasileiros disse
que na sua nova gestão será implacável com os que usam o dinheiro público para
enriquecer. “Vamos combater a corrupção em cada canto, em cada cidadão”,
disse o Presidente.
Lula da Silva ainda não escolheu os
novos integrantes do seu futuro governo, mas especulações dão conta de que
Tirulipa Neto, o Deputado Federal mais votado do país pela terceira vez, será o
Ministro da Justiça. Indagado sobre a subserviência do STF ao Executivo, por
ter os 11 ministros da Suprema Corte nomeados pelo partido que está no poder, o
Presidente desconversou: “precisamos pensar no futuro”. Lula disse
também que a Polícia Federal seria reconhecida no novo governo. E já adiantou
que dará 100% de aumento para todos os agentes e vai proibi-los de participar
de qualquer operação, já que eles não são médicos. “No nosso governo só
participará de operação quem tiver diploma na área da Medicina ou tiver feito
estágio em Cuba”, informou. O raciocínio é até lógico: sem operações não há
corrupção e a mídia não noticiaria nada.
O Presidente assegurou que a patifaria vai
acabar em nosso país. “Basta ver o que aconteceu no ex-Estado de
Rondônia”, alertou. Realmente, naquele inóspito e pouco civilizado lugar, a
roubalheira acabou com tudo. Lá, até as eleições deixaram de existir por
absoluta falta de candidatos honestos. De casca de ferida até o asfalto das
ruas, nada escapou da ganância dos seus administradores. Em Ji-paraná, sua
linda e arborizada capital, a corrupção e a incompetência destruíram
completamente a cidade. “Foi preciso dar Bolsa Família a todos para
incentivar uma reação, já que o povo dali é passivo demais”, reclamou Lula.
Os rondonienses podem ficar tranquilos, pois Brasília nomeará agora um
governador realmente ficha limpa. “Vamos criar o ROBAN, Rondônia Banco,
para impulsionar aquela área nacional”, disseram as autoridades.
Mário Eugênio talvez possa recriar o
Ministério Público, só que agora com bem menos autonomia. Com relação à mídia,
disse que continuará sendo regulamentada e sob estrita vigilância, já que esses
órgãos recebem verbas públicas para divulgar somente os interesses nacionais.
Os programas “menos leitura”, “mais religião”, “mais jabá”
e “mais mandi” podem sofrer algumas alterações, pois a partir de agora o
Palácio Dilma Rousseff governará em plena sintonia com o povo, afirmaram alguns
jornalistas. O Ministério das Empreiteiras finalmente dará prosseguimento às
obras de transposição do rio São Francisco bem como iluminará a ponte de
Rondônia e terminará as obras dos viadutos de Porto Velho, a segunda maior
cidade daquela região administrativa. “Viver num país sem roubalheiras e sem
corrupção era só uma meta sonhada pelos nossos antepassados e que agora será
realidade”, concluiu eufórico o reeleito Presidente.
*É
Professor em Porto Velho.
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