quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Orgulho dos porto-velhenses!

Orgulho dos porto-velhenses!

 

Professor Nazareno*

           

            O resultado das eleições para prefeito de Porto Velho no segundo turno das eleições em 2024 trouxe várias lições. A primeira delas foi compreender que a maioria da população da cidade não mais aceita calada uma candidatura “empurrada de goela abaixo” pelos poderosos. Mariana Chaves não perdeu esse pleito apenas para o Léo Moraes. Ela perdeu para as circunstâncias que foram acontecendo durante toda a sua campanha. Os dois candidatos que foram para o segundo turno têm praticamente a mesma origem na política. São filhos de poderosas dinastias locais, ricas e abastadas, da direita e da extrema-direita reacionárias. Ambos nasceram em outras cidades fora do Estado de Rondônia, mas vivem e moram aqui desde pequenos. Léo foi preterido pelos poderosos de plantão enquanto Mariana teve o apoio irrestrito de todos: prefeito, governador e mídia.

            O problema é que esses endinheirados se esqueceram de combinar com o povo, o cidadão eleitor da cidade, o sujeito humilde da periferia, que é quem decide de fato toda e qualquer eleição. E pelo menos desta vez, a maioria desses eleitores de Porto Velho merece os parabéns. Não só porque votou no Léo Moraes e rejeitou a Mariana Carvalho, mas principalmente porque não aceitou uma decisão tomada antes pela elite lá nos bastidores. O que o atual prefeito, Dr. Hildon Chaves, fez de tão bom e tão excepcional para que Porto Velho em peso votasse na sua candidata, a Mariana? Não acabou sequer com os alagamentos da cidade, que ainda continuam. Prova disso foi o forte temporal que se abateu sobre a cidade na noite anterior ao segundo turno. Léo Moraes saiu às ruas e denunciou ao vivo o absurdo de uma administração de oito anos que nada fez pela cidade.

            Os eleitores de Porto Velho, pelo menos agora, estão de parabéns com a sua escolha. Superaram em visão política os eleitores de São Paulo, por exemplo. Lá o atual prefeito, Ricardo Nunes, que deixou a cidade às escuras depois de uma chuva, recebeu um turbilhão de votos e foi devidamente reeleito. Superaram também os eleitores de Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Na capital gaúcha, o atual prefeito Sebastião Melo, deixou a cidade ser toda inundada e mesmo assim, foi também reeleito tranquilamente. Aqui, os eleitores, de um modo geral, viram que a administração Hildon Chaves foi uma farsa. No verão é só problema com poeira e fumaça. No inverno, a mesma coisa, só que com lama e alagações. Nada mudou, portanto, na capital dos rondonienses. E o eleitor viu isso. Já o governador do Estado sequer construiu o “Built to Suit”. Por isso, foi derrotado também.

            Claro que nem tudo são flores. Esse mesmo eleitor de Porto Velho elegeu todos os 23 vereadores ligados à direita e à extrema-direita reacionárias. Léo pode ter problemas para administrar com uma Câmara de Vereadores tão conservadora assim. Mas enfim, as “promissórias” existem para quê? E o senhor Leonardo Barreto que se cuide: foi eleito com os votos também da esquerda local, que não está morta. Ele tem que reconhecer isso. Além do mais, se ele nada fizer pelos porto-velhenses nos próximos quatro anos, pode dar adeus à política. Léo fez aliança com o povo, como ele mesmo diz. Um hospital de pronto-socorro municipal, mais saneamento básico, mais mobilidade urbana, mais esgoto, mais arborização, menos fumaça das queimadas nos próximos verões, mais água tratada, mais remédios nos postos, dentre outros benefícios para quem sempre sofreu por ter que morar aqui. Se não fizer nada disso, já era! Vai se afogar no mesmo esgoto que o elegeu.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

 

domingo, 27 de outubro de 2024

Meus pêsames, Léo Moraes! (2)

Meus pêsames, Léo Moraes! (2)

 

Professor Nazareno*

 

Por que o senhor está tão alegre e rindo? Devia era chorar! Eu sou um pagador de impostos e morador há quase 44 anos desta “antessala do inferno” e me achei no direito de lhe dizer umas verdades. E nada de parabéns! Meus pêsames! Fosse eu, estaria muito preocupado com este “presente de grego”, pois vai administrar a pior capital do Brasil em IDH. Carniça, lixo, catinga, sujeira, fedentina, bosta, esgoto a céu aberto e imundícies é só o que se observa nesta cidade. Fico muito triste pelo senhor, pois pegou um dos piores abacaxis de sua vida. Porto Velho é uma currutela imunda, que sempre foi fedorenta, sem árvores, escura, violenta, sem praças, feia, sem esgotos, sem água tratada e cheia de gente pobre, de direita e mal educada e por isso não é um lugar ideal para se fazer política. Mas me escute e talvez o senhor possa ter um pouco mais de sorte pelos próximos quatro anos.

Seja tolerante com os pobres se quiser ter algum sucesso. Não faça a bobagem de, só por ambição política, esconder que pertence à casta privilegiada de Porto Velho. E não se candidate a outro cargo nas eleições de 2026. Não brigue com os ricos, eles são a “Casa Grande” daqui e não menospreze a esquerda local: ela lhe deu quase 40 % de seus votos. Não arrume a cidade, sem necessidade. Nunca diga que os 8 anos de administração do Dr. Hildon a deixou em frangalhos e toda desarrumada. Parte da elite rica que lhe apoiou não vai gostar. Porto Velho sempre foi uma grande merda, uma latrina, e ninguém acreditará nesta lorota, já que todos estão acostumados. E nunca faça decoração natalina com pneus velhos. O povão detesta! Parte da população daqui é de gente simplória, pobre, sem leitura de mundo, direitista e reacionária que crê em Deus, Cristo, Natal e Papai Noel.

Capriche muito em todas as decorações natalinas, portanto! Não mande arrancar nenhuma das poucas árvores da cidade como fizeram com as da Avenida Tiradentes. Se tiver que construir ruas e avenidas, faça-as todas retas e lineares. Rua torta como a Santos Dumont lembra administração municipal também torta. Se puder, more sempre em Porto Velho e diga todo dia que ama a cidade, mesmo que seja mentira. O pessoal daqui gosta de ser enganado. O porto-velhense diz que adora ver limpeza. Mas por que a cidade é tão suja, fedida e imunda? Plante árvores, faça jardins nas poucas praças daqui e nunca se esqueça de aguá-los durante o verão. Não minta em vão: acabe com as alagações, o caos e a fumaça das queimadas. E não prometa fazer hospital “Built to Suit”. Cuidado com a arborização, a boa mobilidade urbana e outras façanhas. “Beiradeiros” não gostam disso.

Nada de oposição. Compre todos os 23 vereadores recém-eleitos e não se esqueça de gratificar a parte da mídia marrom que lhe apoiou. Cuidado com a sua vice. Apesar de ela ser uma “Mulher de Deus”, não confie muito. Não permita que ela passe quatro anos recebendo um baita salário para fazer o mesmo que o prefeito: nada. Não votei no senhor, Léo Moraes, e nem na Mariana Carvalho! Sempre voto no “menos ruim”, mas neste caso era impossível: vocês dois são péssimos e nenhum merecia o meu voto. Tente fazer desta cidade, senhor futuro prefeito, um lugar bom para se morar. Não permita mais que eu continue me envergonhando ao trazer parentes meus da civilizada Curitiba e da limpa Foz do Iguaçu para visitar esta maldita curva de rio. Sei que o senhor pode não conhecer bem esta cidade, mas tire Porto Velho da última colocação em saneamento e IDH no Brasil. Construa um bom hospital municipal de pronto-socorro e demita todos os comissionados!




*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Mariana vai perder nos pênaltis?

Mariana vai perder nos pênaltis?

 

Professor Nazareno*

 

            Se as eleições de Porto Velho em 2024 fossem comparadas a uma partida de futebol, poderíamos dizer que o time favorito pode ser derrotado na partida decisiva depois de liderar com folga todo o campeonato. Mariana Carvalho do União Brasil teve no primeiro turno quase o dobro de votos do segundo colocado, o ex-deputado federal Léo Moraes, do Podemos. A diferença entre os dois foi de exatamente 47.204 votos num universo bem restrito de apenas uns 250 mil votos válidos. A situação favorável e otimista da candidata do União Brasil era tão boa que muita gente já a apontava como a provável vencedora das eleições ainda no primeiro turno. Léo sequer era favorito para ir para o turno seguinte. Muitos eleitores diziam que se houvesse segundo turno, deveria ser entre a ex-juíza Euma Tourinho do MDB contra a própria Mariana. Porém, a lógica se inverteu.

            Léo Moraes, o patinho feio dessas eleições, não só vai disputar o pleito decisivo como aparece em várias pesquisas como o provável vencedor. Com pouco mais de 25% no primeiro turno, ele já alcança cifras superiores aos 45 por cento e passa a ser cotado como o possível vencedor no próximo domingo. Mariana Carvalho fez 44,5% no primeiro turno e parece que estacionou nesse patamar. Léo praticamente cresceu em todos os segmentos da população e ao contrário de Mariana, não quis jogar na retranca só para garantir o resultado. Com habilidade, se mostrou como o candidato do povo e mesmo se definindo como sendo de centro-direita, pode ter capturado muitos dos mais de 92 mil votos de eleitores porto-velhenses que fecharam com Lula e o PT em 2022. Porto Velho e Rondônia não têm muitos candidatos petistas, mas existem vários eleitores da esquerda.

            Além do mais, Mariana Carvalho fez conchavos com todo tipo de gente. Se eleita, pode ter sérios problemas para acomodar todo esse pessoal a começar pelos 23 vereadores eleitos. Certa da vitória, que agora está seriamente ameaçada, a candidata do União Brasil se deu ao luxo de não querer participar do último debate na “Globolixo”. O tiro saiu pela culatra. Muita gente não gostou dessa atitude. Mariana tirou fotos com o inelegível ex-presidente Jair Bolsonaro. O que pensaram, por exemplo, os mais de 92 mil eleitores do PT e do Lula que certamente ainda existem em Porto Velho? Até a própria direita já está querendo se livrar do “Bozo” e Mariana, talvez numa atitude impensada e incoerente tenta trazer para a nossa realidade alguém que não vai influenciar em absolutamente nada na rotina da cidade. Passadas essas eleições, o ex-presidente pode até ser preso pelo que fez.

            Diferente do Léo Moraes, Mariana não teve carisma suficiente para encantar parte do eleitorado indeciso. Ela não conseguiu sequer se desgrudar da figura do prefeito Hildon Chaves nem do Governador Marcos Rocha, seus patrocinadores. Muita gente está farta do Dr. Hildon, que depois de oito anos administrando a cidade, nada fez em benefício de Porto Velho. Não fez um só centímetro de rede de esgotos e nem melhorou a oferta de água tratada à população. Porto Velho nunca foi considerada a pior dentre as 27 capitais do Brasil para se viver. Isso só aconteceu nesta atual administração. E ainda temos o pior ar para se respirar e o pior hospital público do país. Já o governador sequer conseguiu construir o “Built to Suit” para o sofrido e pobre eleitor daqui. O povo não é tão burro assim, não: se sente enganado e percebe as falsas promessas. Correndo por fora, Léo só cresceu e pode ser prefeito sem ter um só vereador aliado. Será que vai dar zebra?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Porto Velho tem esquerda, sim!

Porto Velho tem esquerda, sim!

 

Professor Nazareno*

 

            Costuma-se dizer que em Porto Velho, a suja, imunda e fedorenta capital de Roraima, o eleitorado é todo da direita e da extrema-direita, assim como acontece em todo o pobre, distante e incivilizado Estado de Rondônia. Pensa-se erradamente que aqui quem sempre mandou e ainda manda em tudo é o capital, o agronegócio, os empresários e também a elite rica e poderosa. Claro que não! Em Porto Velho existem muitos eleitores de esquerda, sim! Para se ter uma ideia, o PT e o presidente Lula obtiveram em 2022, na última eleição para Presidência da República, nada menos do que 92.636 votos num universo que hoje beira apenas os 250 mil votos válidos. Se somar esses votos com a atual abstenção, teremos quase 200 mil votos na esquerda. Isso porque, presume-se, que quem não foi às urnas não estava satisfeito com a atual situação política dessa cidade. Verdade?

            Por isso, se eu fosse o Léo Moraes ou a Mariana Carvalho não menosprezava de jeito nenhum esses votos da esquerda em Porto Velho. Claro que tanto um quanto o outro candidato a prefeito da “Capital da Seboseira” são da direita e da extrema-direita reacionárias. Mariana Carvalho fez até “fotinhas” ao lado do inelegível ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto Léo foi diretor do Detran do governador bolsonarista Marcos Rocha. Ambos, são, portanto, ricos, abastados e da elite. Nunca viram pobreza, miséria e falta de recursos em suas vidas.  Desconfio até que nenhum deles nunca pegou o Interbairros ou o Circular 2 para se deslocarem pela cidade. Acho que eles jamais compraram roupas em avenidas como a Jatuarana na zona Sul ou a José Amador dos Reis na zona Leste. Léo e Mariana devem ter bons planos de saúde para não terem que ir ao “açougue” João Paulo.

            Abrir mão desses votos é suicídio político na certa. Acho até que alguns dos atuais vereadores não foram reeleitos porque aderiram rapidamente ao prefeito Hildon Chaves e entenderam que não tinham sido eleitos com os votos também da esquerda. Claro que a esquerda de Porto Velho não é forte o suficiente para eleger candidatos. Mas nunca é demais se lembrar da eleição da senadora Fátima Cleide e também do ex-prefeito Roberto Sobrinho, que foi injustiçado e punido arbitrariamente para não se eleger governador do Estado. O atual prefeito, o Dr. Hildon, que é da ultradireita conservadora, conseguiu com que todos os vereadores da atual legislatura ficassem do seu lado. E se Mariana Carvalho for eleita, terá também a seu favor todos os 23 vereadores que foram recentemente eleitos. Na Prefeitura de Porto Velho se administra sem ter oposição, como nas piores ditaduras.

            Eu não sou de esquerda, como muita gente pensa. Apenas entendo que qualquer governante tem que ter o bom senso de governar para todos os cidadãos, independente da questão ideológica. Até porque em Porto Velho grande parte do eleitorado não sabe o que significa direita ou esquerda na política. Como no restante do país, o analfabetismo político e a falta de leitura de mundo é o que mais se observa. O cidadão eleitor quer boa mobilidade urbana, quer certamente ruas mais limpas e cuidadas, rede de esgotos, oferta de água tratada, boa arborização para diminuir o calor, IPTU mais barato, quer também recantos de lazer como praças, menos fumaça para respirar e bons hospitais para lhe atender. E precisamos muito de saneamento básico, que a cidade não tem. Por isso, o vencedor, qualquer que seja o ungido pelas urnas, deve ficar atento a essas demandas. Léo ou Mariana estarão prontos para dar isso ao cidadão daqui? É o que esquerda defende!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Atenção, senhores vereadores!

Atenção, senhores vereadores!

 

Professor Nazareno*

           

            Porto Velho, a podre, fedorenta e imunda capital de Roraima, elegeu agora em 2024 pelo menos 23 vereadores para o próximo mandato eletivo, ou seja, dois a mais do que a administração passada. Destes, pelo menos sete deles, sem nem se saber direito o porquê, foram reeleitos e dezesseis foram eleitos pela primeira vez. O trabalho de um vereador é muito importante para qualquer município. É, enfim, a Câmara Municipal por meio do Poder Legislativo que ajuda o prefeito eleito a enfrentar e corrigir os problemas reais da cidade. E Porto Velho está repleta de dificuldades e de complicações. Com aproximadamente 520 mil habitantes na sua área urbana, a cidade foi considerada pelo Instituto Trata Brasil como sendo a pior dentre as 27 capitais do Brasil em saneamento básico e água tratada. Vergonha: e tem também o pior ar para se respirar em todo o país.

            O pior hospital público do Brasil também está aqui em Porto Velho. Trata-se do “açougue” João Paulo Segundo. Mesmo estando na responsabilidade da esfera estadual, esse logradouro tem que ter a contrapartida do município uma vez que é o único hospital de pronto-socorro existente nesta suja capital. Todos os 23 vereadores recém-eleitos deviam se preocupar em tentar construir um bom hospital para o município onde eles vão atuar. Vereador atuante tem que trabalhar para melhorar a vida de todos os munícipes, independente de quem votou neles ou não. Eu, por exemplo, não votei em nenhum desses vereadores aí eleitos. Votei no professor Aleks Palitot, mas ele não se reelegeu. Aqui em casa votamos também na Neidinha Suruí que também não foi eleita. Mas todos os eleitos são vereadores do município onde vivo com a minha família e onde pago altos impostos.

            Por isso, vou cobrar algumas providências de todos eles, assim como eu cobrava do professor Palitot e era prontamente atendido. Vereador não tem que atender somente as demandas individuais dos seus apoiadores. Têm que se preocupar com o coletivo, com a cidade inteira e com todos os seus distritos. Nada de arranjar emprego comissionado e outras benesses para uns poucos privilegiados que os ajudaram na campanha. Nada de fazer conchavos espúrios com o prefeito eleito. Vereador tem que pensar grande. Deve colocar como objetivo maior toda a cidade, que é tão castigada a nível nacional. O que fazer para que a “Capital da Seboseira” não seja tão mal falada nacionalmente por falta de qualidade de vida para seus moradores? Como pode um vereador se acomodar diante do fato de sua cidade não ter saneamento básico nem água tratada para os seus habitantes?

            Senhores vereadores eleitos de Porto Velho! Trabalhem e lutem em sua gestão para desmentir o Professor Nazareno. Não deixem que ele publique mais essas matérias horrorosas que saem sobre essa explorada e distante urbe. Façam com que os números dela melhorem. A “Capital das Sentinelas Avançadas” nunca esteve em último lugar em IDH nacional. E por que chegou a esse nível? Trabalhem para melhorar o porto rampeado lá no rio Madeira, que foi doado pela Santo Antônio Energia. Aquilo ali é uma vergonha sem tamanho. É um descalabro só. É um acinte. Vejam o problema da escassez de voos no acanhado aeroporto Jorge Teixeira. Lutem para que se tenha uma melhor arborização e também mobilidade urbana na cidade. Lutem para que não haja mais queimadas nem tanta fumaça criminosa. Água tratada, saneamento básico e lixo são problemas de quem foi eleito. E vocês não se envergonham de Porto Velho ser a merda que é, não? Paciência!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O furacão e as queimadas

O furacão e as queimadas

 

Professor Nazareno*

 

            Praticamente na mesma época do ano, entre os meses de julho e outubro, e todos os anos, esses dois fenômenos são verificados respectivamente tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A diferença entre eles está na maneira de se lidar com estas duas catástrofes. No primeiro mundo, os furacões são forças da natureza enquanto no Brasil as queimadas são o resultado de ações meramente humanas. Queimadas e furacões podem não ter relações entre si, mas com certeza quanto mais se destrói a natureza mais fortes são os furacões e também outros eventos climáticos. No Brasil, de um modo geral, parte do agronegócio, com apoio governamental, incendeia a floresta amazônica para poder produzir mais pasto para os seus rebanhos e também para exportar mais commodities. A fumaça tóxica toma conta do país, fecha aeroportos, provoca doenças e estabelece o caos.

            A postura das autoridades e das instituições diante desses fenômenos é o grande diferencial tanto aqui quanto lá nos Estados Unidos. Com alguns dias de antecedência, na América do Norte, os furacões são previstos e as autoridades começam logo os trabalhos de prevenção. Populações inteiras de dois, três milhões ou mais de pessoas são evacuadas imediatamente para outras áreas mais seguras do país. As cidades ficam completamente vazias e a Guarda Nacional, o Exército, as Forças Armadas, Defesa Civil, Igrejas, as companhias de aviação, os taxistas, Corpo de Bombeiros, polícias, guardas municipais, FBI e muitas outras forças da sociedade vão a campo para tentar amenizar a fúria da natureza e salvar o maior número possível de pessoas. Unidos e empenhados num objetivo comum, prefeitos, governadores e até o presidente do país não baixam a guarda.

            Já no Brasil, infelizmente, é tudo diferente. Muito diferente mesmo. Com relação às queimadas, por exemplo, todo mundo já sabia de antemão que a Amazônia iria arder sob o fogo. Nenhuma autoridade, absolutamente ninguém da sociedade tomou precauções para enfrentar o caos que veio. Este ano de 2024, a partir do mês de julho a fumaça tóxica invadiu Porto Velho, a suja e fedorenta capital de Rondônia, e ninguém sequer fez comentários sobre a desmantelo que se abateu sobre todos nós, pobres moradores e pagadores de impostos. Era época de eleições e os candidatos fizeram vistas grossas ao horror que estava se instalando. Praticamente nenhum deles se incomodou com o fato gravíssimo do fogo no bioma amazônico. Parece que eles estavam morando na Bélgica ou no interior da França: se fizeram de desentendidos e deram uma de “João sem braço”.

            Já pensou se um furacão da magnitude de um “Milton” chegasse a Porto Velho? Quem iria nos socorrer? Bombeiros? Câmara de Vereadores? A Assembleia Legislativa? O prefeito? O governador? Nossos três senadores? Os deputados federais? As Forças Armadas? Essas autoridades não evacuariam as pessoas diante de perigo nenhum. Elas evacuariam nas pessoas. Já pensou o preço dos alimentos nos supermercados daqui? Tudo pelo triplo. Passagens aéreas para fugir dos ventos catastróficos seriam somente para os ricos, os políticos e as pessoas privilegiadas. Um galão de água mineral custaria uns 100 ou 200 reais. Tudo destruído e o povão na merda. Bairros inteiros saqueados pelos ladrões e aproveitadores. De longe e já bem seguras, as “autoridades” davam ordens pela internet para quem tivesse a sorte de ter escapado. Basta ver o que eles fizeram com a fumaça: as poucas providências só depois da tragédia instalada. Triste: o Brasil não é para amadores!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Nem Léo Moraes nem Mariana

Nem Léo Moraes nem Mariana

 

Professor Nazareno*

 

            Terminada a votação das eleições 2024 no primeiro turno em Porto Velho e nenhuma novidade se apresentou. A extrema-direita reacionária faturou tudo nas urnas. “Fez barba, cabelo e bigode” como se diz na gíria. Das 23 cadeiras para a câmara municipal da cidade, por exemplo, elegeu “somente” todos os 23 vereadores. Os dois concorrentes a prefeito(a) no segundo turno são respectivamente Mariana Carvalho e Léo Moraes. Ambos pertencem à elite endinheirada, abastada e rica e sempre foram pessoas privilegiadas dentro da nossa paupérrima sociedade. Mariana é paulistana de nascimento, já Léo é paranaense, nasceu em Foz do Iguaçu. Porém, os dois devem ser “rondonienses de coração”. E o eleitor porto-velhense, de certa maneira, não decepcionou: manteve tradicionalmente a sina de eleger só pessoas nascidas fora da cidade para lhe administrar.

            Léo Moraes foi diretor-geral do Detran/RO no atual governo Marcos Rocha. Já a Mariana Carvalho é apoiada publicamente pelo mesmo governador. Como haverá debates de verdade entre os dois nesse segundo turno? Como eles vão se enfrentar politicamente já que ambos pertencem à mesma vertente política e ideológica? Léo Moraes falando mal de Mariana e vice-versa será apenas um jogo de faz-de-conta. Desses que servem para enganar os otários. Léo Moraes é da direita e Mariana também. Os dois até se parecem com Marcos Rocha e Marcos Rogério, os dois bolsonaristas que disputaram o governo de Rondônia em 2022. E agora, quem vai vencer os debates para prefeito(a) de Porto Velho? Aquele que mais adular o governador Marcos Rocha e o seu guru Bolsonaro ou o que mais apresentar propostas para administrar a pior capital do Brasil em qualidade de vida?

            Abonados, opulentos, endinheirados e filhos de famílias poderosas, Léo Moraes e Mariana Carvalho parece que ainda não perceberam o “rabo de foguete” que vão herdar. Porto Velho é uma latrina suja e imunda e cuja maioria de seus habitantes sacia a sede literalmente com merda, pois a cidade, com mais de meio milhão de habitantes, não tem sequer água tratada para os seus moradores. Aqui se bebe água de poços imundos cavados ao lado de fossas rasas. Rede de esgotos, a cidade também não tem. Bosta escorre a céu aberto diariamente pelas fedorentas ruas da cidade. E isso do centro à periferia. Temos o pior hospital público do Brasil, o “açougue” João Paulo Segundo. E de quebra, temos também o pior ar para se respirar no país. Este ano mesmo, desde o mês de julho, que estamos respirando fumaça com monóxido de carbono e outras substâncias cancerígenas.

            Já que são do mesmo “ninho político”, tanto Léo quanto Mariana tinham que fazer um acordo entre eles para não se desgastarem em debates e brigas estéreis e de mentirinha. Para que enganar o povo ainda mais? Os problemas de Porto Velho têm que ser atacados de forma séria e precisam ser resolvidos independente de engodo e escolhas ideológicas. O governador Marcos Rocha, já que se dá bem com os dois “concorrentes de araque”, devia lhes ensinar como se faz um bom hospital “Built to Suit” para a maior tranquilidade do eleitor pobre de Porto Velho. A cidade sempre esteve abandonada desde 1914. E atualmente está insatisfeita com a política, mesmo sendo um lugar dominado pela direita e pela extrema-direita reacionárias. A currutela tem hoje uns 520 mil habitantes. Mariana obteve 111.329 votos. Léo 64.125. Mas a abstenção, votos brancos e nulos foi o maior vencedor com 112.235 votos. Nasceu aqui? Escolha Porto Velho, descarte Léo e Mariana!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O “paraíso” faz aniversário!

O “paraíso” faz aniversário!

 

Professor Nazareno*

           

            Dois de outubro foi o aniversário da paradisíaca Porto Velho. Ou será dia quatro? Com pouco mais de 500 mil moradores, a cidade desponta no cenário nacional e até internacional como uma das metrópoles mais aconchegantes do mundo. Porto Velho é uma dessas cidades inteligentes que oferecem praticamente de tudo para os seus felizes e sortudos habitantes. A procura de pessoas das outras regiões do país para fixar moradia definitiva por aqui é muito grande. Isso apesar de o Instituto Trata Brasil e também outras instituições terem publicado recentemente algumas “mentiras” sobre como é a vida neste entreposto da felicidade humana. Viver aqui é se deslumbrar quase diariamente com uma qualidade de vida invejável em todos os sentidos. Por isso, vê-se normalmente o sorriso no rosto de todos os rondonienses e também nos “rondonienses de coração”. É só alegria!

            São 110 anos muito bem vividos na cidade aniversariante. E vejam que por aqui nunca estiveram um Pereira Passos ou um Jaime Lerner. Nas muitas praças, nas largas avenidas e nos bairros mais distantes veem-se muitos coelhinhos saltitantes e também enormes borboletas azuis junto às crianças bem nutridas. Nem fumaça existe no ar que se respira nessa província. Deve ser por isso que o majestoso e belo hino do Estado de Rondônia diz de maneira verdadeira que “o nosso céu é sempre azul”. E apesar da seca gigantesca que castiga a Amazônia neste 2024, esse triste fenômeno sequer chegou à “Capital dos Destemidos Pioneiros”. Aqui a água é abundante. Toda e qualquer casa da cidade é bem servida com o precioso líquido. “Esse negócio de seca extrema é lá para as bandas do Nordeste pobre e miserável” dizem as autoridades. “Vivemos em um paraíso!”.

            Até na segurança pública, Porto Velho tem sido destaque nacional. A inteligência da polícia daqui já descobriu, por exemplo, quem incendiou a estátua de uma das lojas Havan da cidade. Brevemente todos vão saber quem provocou aquele triste episódio. Rede de esgotos e qualidade de vida são coisas até normais nesta capital. Ruas e avenidas largas com arborização impecável é mais o que se vê. A cidade terá brevemente uma nova rodoviária para conforto dos seus passageiros. O aeroporto local é um primor de tanta eficiência e comodidade. Seus inúmeros voos para todo o Brasil e também para o mundo inteiro mostram por que se trata de um bom aeródromo internacional. O moderno porto rampeado ali no rio Madeira é destaque regional. Modernas docas e barcos luxuosos e confortáveis dão o esplendor da magia que é viajar nesta Amazônia desconhecida e bela.

            Claro que Porto Velho tem também o “açougue” João Paulo Segundo. Um dos melhores hospitais públicos do país. A competente equipe de médicos, enfermeiros e funcionários que labuta ali diariamente devia ser indicada para algum Prêmio Nobel. A eficiência é a marca principal naquele logradouro público. O velho “açougue” porto-velhense se parece até com um “Built to Suit”. Dizem que quando o ex-presidente Jair Bolsonaro, o “inelegível”, esteve aqui, ficou encantado com a cidade inteira. Falaram que a ex-primeira dama disse que gostaria de um dia fixar residência na “capital das pessoas defumadas”. O presidente Lula e a ministra Simone Tebet também devem vir à cidade. É muito orgulho para uma simples capital de Estado. Nunca entendi porque a COP 30 será na decadente Belém do Pará. Devia ser aqui em Porto Velho, cidade de um povo educado, limpo, asseado e hospitaleiro. Por isso, do fundo de minha alma: Parabéns, Porco Velho!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.