sábado, 31 de agosto de 2013

“Programa Mais Povo”



“Programa Mais Povo”


Professor Nazareno*

            A vinda de médicos estrangeiros para o Brasil atraídos pelo ‘Programa Mais Médicos’ criado pelo Governo do PT está dando o que falar. Espremidos contra a parede, muitos médicos brasileiros se posicionaram contra o programa e em alguns casos estão até hostilizando os profissionais de fora numa atitude xenófoba e irracional. Se mais esta “jogada” do partido dos mensaleiros der certo, certamente serão criados mais outros programas no Brasil. Já se fala no ‘Programa Mais Professores’ visando suprir a demanda por professores de Matemática, Química, Física e outras disciplinas em que estão faltando educadores. Como para muita gente é bastante salutar trazer novas experiências e profissionais para atuar em nosso país, seria bastante pertinente que o Governo Federal criasse e incentivasse também o ‘Programa Mais Povo’ para que pudéssemos conviver de agora em diante com outras mentalidades.
            Como grande parte do povo brasileiro é chinfrim, ridículo, tosco, alienado e totalmente sem noção sobre direitos e deveres cívicos, com o novo povo aprenderíamos imediatamente a escolher de forma consciente e séria os nossos representantes durante as muitas eleições que são realizadas no país. Tenho certeza de que várias outras pessoas do mundo gostariam de vir morar no Brasil não só para a substituição pura e simples da população que aqui reside, mas principalmente para nos ensinar muitas coisas úteis que sempre fizemos com amadorismo. Claro que não seria igual àqueles deslocamentos em massa de populações como fez Stalin na extinta União Soviética. Povos estrangeiros viriam “de boa vontade” residir entre nós e nos ensinariam, por exemplo, como votar e também como se comportar dentro de uma nação de verdade. Educação, civismo, obediência e cavalheirismo seriam coisas normais entre nós.
No Brasil, já há precedentes: a chegada de imigrantes ao sul do país em séculos passados trouxe bons resultados. Não há como negar que italianos, japoneses, alemães dentre outras nacionalidades deram um grande impulso àquela região. Muito mais resistentes ao frio do que os brasileiros comuns, os novos moradores contribuiriam com a cultura, língua, culinária, dança, folclore além de outras importantes atividades da vida nacional. Nesse aspecto, Rondônia já saiu na frente e por isso a chegada de bolivianos e haitianos entre nós deve ser vista de forma positiva. Só que o povo de Rondônia não pode ser substituído, pois sempre soube escolher corretamente os seus líderes, nunca elegeu “tranqueiras” e por isso, devia ganhar um Prêmio Nobel e ter o reconhecimento internacional. “Somos até capa da Veja”. Um povo que escolhe políticos dessa marca só prova que é herói, tem ancestralidade e muito respeito pelos seus descendentes.
Além do mais, com o ‘Programa Mais Povo’ mostraríamos a Lima Barreto que o Brasil tem povo e não público como muita gente ainda pensa. Conviver com pessoas de “cultura superior” a nossa, só nos faria bem. Como seria bom mandar para o Congresso Nacional, para a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia e para a Câmara de Vereadores de Porto Velho somente pessoas honestas. O problema é que muita gente poderia não se adaptar aos novos tempos. A situação ficaria tão boa que o lodaçal e o esgoto fétido e cheio de pus que emanam dos Poderes Legislativos locais e nacionais e também dos partidos políticos não mais incomodariam os que ainda se consideram honestos.  O Governo do PT, com o seu "plano de poder", devia criar imediatamente este e mais outros programas para ajudar o tão sofrido povo brasileiro. O maior problema, no entanto, seria confundir os novos moradores com empregadas domésticas (ou então com reles professores). Numa friagem, por exemplo, que tipo de vinho eles iriam degustar por aqui?



*É Professor em Porto Velho.

domingo, 25 de agosto de 2013

“República de Médicos”



“República de Médicos”


Professor Nazareno*

            Confúcio Moura, o “todo poderoso” Governador do Estado de Rondônia já há dois anos e meio, é um médico. Mauro Nazif, carioca de origem palestina e Prefeito de Porto Velho, também é médico. Só isto já seria bastante para que nós, mortais comuns e rondonienses, amássemos e adorássemos a classe médica como um todo. Os médicos, ou doutores, como gostam de ser chamados, mesmo sem ter defendido nenhuma tese de doutorado, têm uma importância fundamental para qualquer sociedade. Além de “salvarem” muitas vidas, em vez de apenas adiarem a morte dos seus pacientes, eles contribuem decisivamente para a organização e o progresso de qualquer país. No entanto, estes profissionais estão sendo “injustamente perseguidos” pelas atuais políticas públicas do Governo Federal com a “impopular ideia” de atrair médicos estrangeiros para trabalhar nos interiores do país e nas periferias das grandes cidades.
            Como não há (nem nunca houve) a menor infraestrutura nos hospitais públicos e  nos postos de saúde dos interiores e destas mesmas periferias, os órgãos de classe que defendem esses médicos, “sem nenhum corporativismo”, entendem e já decidiram que localidades “ermas” como Calama, São Carlos ou Demarcação em Rondônia, por exemplo, não podem ter a presença de profissionais formados em universidades de fora do país. Cidades e vilarejos perdidos no interior do Brasil também não podem e nem devem ter a presença de nenhum deles. O povo destas localidades, que em momento algum foi consultado se queria ou não médicos residindo entre os seus habitantes, certamente também é contrário à presença de “doutores” entre eles. Faça-se uma pesquisa perguntando qual a opinião dos moradores para saber a resposta de quem vive e sofre esse, até agora “difícil e insolúvel”, problema do dia-a-dia do nosso país.
            O profissional que exerce a Medicina no Brasil é quase sempre “um coitadinho” que, via de regra, é explorado pelo sistema e pelos pacientes. Médico no Brasil é sinônimo de pobreza e abnegação pelo sacerdócio da profissão árdua que escolheu por pura vontade de salvar vidas e ajudar aos mais necessitados. Quase todos são pobres e humildes, andam de transporte coletivo, levam uma vida simples e geralmente moram em uma casa financiada pela Caixa Econômica Federal. Conheço alguns médicos que se lamentam de nunca terem viajado de férias com a família. Há casos de profissionais da Medicina que têm até dificuldades de manter a própria casa. A coisa mais rara do mundo de se ver, pelo menos no Brasil, é um deles andando de carro próprio. Parece até que os mesmos fizeram voto de pobreza. Coitados deles, como sofrem. A população pobre devia fazer rifas e bingos para ajudar estes abnegados a sobreviverem.
Enquanto isso, os pacientes de Calama, Demarcação, São Carlos ou mesmo das periferias das grandes e também em quase todas as pequenas cidades do Brasil, serão agora, por absoluta vontade própria, curados por “especialistas” locais. Como estas localidades não querem médicos de fora dando atendimento a seus moradores e como o Governo também “não permite isto”, os muitos médicos brasileiros que querem ir para lá ficam sem opção e a tendência é que possamos ter problemas em relação aos índices da saúde pública no país. A maioria dos médicos brasileiros não quer ir para o interior do país e nem para as periferias, só que também não quer deixar que outros médicos o façam. Competência nenhuma devia ter medo de concorrência. “Nem o Programa Mais Médicos é eleitoreiro nem a recusa dele pelos médicos brasileiros é sinal de corporativismo”. Ou seja: nesta absurda queda de braço entre Governo e médicos já se sabe quem será o grande perdedor. Nas próximas eleições vamos eleger só médicos. Assim como em Rondônia, e para o bem da nação, teríamos um Presidente da República que também se veste de branco e jamais defenderia o corporativismo.




*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Revolução de mentirinha?



Revolução de mentirinha?

Professor Nazareno*

            A recente onda de protestos e manifestações que tomou conta do país trouxe uma tênue esperança de que o povo brasileiro finalmente havia acordado para as vitais questões da política. Com faixas e cartazes como “o Brasil acordou”, “saímos do Facebook” ou simplesmente “vem pra rua”, multidões de jovens principalmente tomaram as ruas de mais de 100 cidades do país e mostraram ao mundo que a população brasileira não estava acomodada e que havia, enfim, se rebelado contra a exploração pelo Poder Público. O repúdio contra os governantes e a classe política de modo geral podia ser visto no apoio recebido pelos quase dois milhões de manifestantes de norte a sul do país. No entanto, parece que os ânimos já esfriaram e todos voltaram a se sentar diante do computador para dar prosseguimento à sua idiota revolução particular por meio das redes sociais e também assistir novelas e a estéreis jogos de futebol.
Do nada, protestar contra o Governo e a classe política virou moda. Em Porto Velho, dizem que 30 mil manifestantes “saímos” às ruas no dia 20 de junho para, dentre outras coisas, apoiar cidadãos de São Paulo que reclamavam do aumento de vinte centavos no preço das passagens de trens, ônibus e metrô daquela capital. Embora disséssemos que também lutávamos contra a corrupção, ficamos hipocritamente em casa e calados duas semanas depois na Operação Apocalipse em Rondônia que mostrou ao Brasil e ao mundo onde existe corrupção de verdade. Ou seja, por causa de míseros vinte centavos lá em São Paulo, fizemos passeatas aqui e nos calamos quando de fato nos roubaram vários milhões. A sujeira fétida que emergiu da Assembleia Legislativa do Estado e da Câmara de Vereadores de Porto Velho não conseguiu mobilizar nenhum rondoniense até agora. Parece até que por aqui, roubar o Erário pode.
              O Brasil não acordou e muito menos saiu às ruas. Apenas parte da classe média baixa e alguns pouquíssimos simpatizantes de outras classes sociais se arriscaram a apanhar da Polícia ao reivindicar melhorias nos serviços públicos oferecidos pelo Estado. A elite, os pobres recebedores das inúmeras “bolsas” do Governo bem como uma enorme legião de incautos despolitizados e acomodados sequer deixaram seus afazeres para protestar contra algo. Além do mais, a "estranha" conquista da Copa das Confederações pelo Brasil durante os protestos e a recente visita do papa Francisco contribuíram para arrefecer ainda mais os ânimos mais exaltados. Sem futebol, sem religião, sem samba, sem álcool e sem outras futilidades o brasileiro comum não consegue sobreviver por muito tempo. Porém, engana-se quem crê que esses protestos e manifestações não vão dar em nada e que foram apenas “fogo de palha” ou modismo fora de hora. Será que demos o primeiro passo de uma longa e exausta caminhada?
          A maior vitória, no entanto, foi perceber que a classe política brasileira ficou assombrada com os protestos e já garantiu algumas poucas vitórias no varejo. Faltam ainda muitas outras conquistas que só serão alcançadas com mais protestos e manifestações. O fim do voto obrigatório, por exemplo, é uma delas. O país precisa banir a impunidade dos poderosos. Os mensaleiros têm que ser presos já que foram julgados e condenados pelo STF. Todos os políticos ladrões e desonestos envolvidos em roubos e falcatruas devidamente comprovados, precisam prestar contas com o povo que paga altos impostos. Tarifa zero para transportes urbanos é uma tolice, pois além de ser estatização, alguém (o povo) tem que pagar por ela. Precisamos voltar às ruas para assegurar mais conquistas e mostrar ao Brasil e ao mundo o que todos já estão aceitando: que tudo não passou de apenas mais uma “revoluçãozinha de araque” sem nenhum propósito e que só serviu para que os participantes fizessem fotos alegres e inconsequentes para postar nas redes sociais.



*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A importância do Dia dos Pais



A importância do Dia dos Pais


Professor Nazareno*



Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães e em ambas as datas, a ideia inicial foi praticamente a mesma: criar dias consagrados para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida. Claro que nesse lindo dia o comércio se enche de orgulho para faturar mais e contribuir para a alegria das pessoas já que todos ficam felizes e emocionados. Essa atitude tão sublime é uma invenção cristã, ainda bem, e foi comemorada pela primeira vez nos Estados Unidos. Praticamente o mundo inteiro hoje se rende a esta comemoração mais do que justa àqueles que nos sustentam com o suor de seus lindos rostos. Ser pai é acima de tudo compactuar com a singeleza e a abnegação de ser um grande líder do lar. Só pode ter sido Deus, o Todo-Poderoso, o incentivador desta data.
A emoção de se viver um dia tão importante como este faz qualquer um chorar de tanta alegria e satisfação. Na minha casa, por exemplo, o dia de ontem me fez chorar várias vezes tomado pelas emoções e grandes sentimentos. Ganhei muitos presentes de meus amados filhos e tive o prazer de ouvir lindas poesias e declamações belíssimas. Sempre procurei ser um pai exemplar e ensinei meus lindos pupilos a pedir desculpas toda vez que arrotassem, a evitar flatulências na frente dos outros e principalmente a pedir a bênção aos mais velhos. Ontem, fui acordado com o cântico “Parabéns para você” e não há dinheiro que pague ver meus lindos meninos fazendo coraçõezinhos com as mãos. Todos alegres e cantando. Difícil observar tudo aquilo e não ficar com lágrimas nos olhos. A alegria nesse dia contagiou todos aqui em casa. Até os gatos.
Muitas vezes nós não sabemos, mas temos muitos pais. Além do meu pai biológico, tenho os meus padrinhos que são como verdadeiros pais. Eu amo de coração os meus padrinhos. Temos também os nossos amigos que quando mais velhos nos dão excelentes conselhos e por isso funcionam como pais também. Nesta data tão singela devíamos cantar parabéns para todos os pais do mundo. Seria muito emocionante e também faríamos justiça para com todos eles. Além desses pais, tenho também Deus, o meu maior Pai. Por isso que meus filhos fazem festa aqui em casa todo Dia dos Pais. Oramos muito a Deus e pedimos sempre mais graças e somos sempre atendidos. O meu pai e todos os pais do mundo são os homens mais importantes na vida de todas as pessoas. Devemos agradecer a Deus por termos um pai. Como somos felizes.
Meu pai me ensinou a fazer lindas poesias: “papai me veste e me faz carinho/ e me ensina um modo de eu ser bonzinho”. Ou então: “papai me ama e reza comigo/ e ouve as historinhas que eu sempre digo”. O amor de pai é como o de mãe: é e será sempre infinito. Ao som de Luan Santana, Ludmila Ferber, Padre Zezinho, Gustavo Lima além de outros heróis e grandes compositores da MPB e da música Gospel, fizemos uma linda festinha aqui no domingo, Dia dos Pais. Antes de começar a festa, oramos a Deus e pedimos felicidades para todos. Cantamos também o lindo e maravilhoso hino Céus de Rondônia. Fiquei surpreso, pois não sabia de nada. O ponto alto das brincadeiras foi a abertura dos presentes. Ganhei um lindo jogo de cuecas samba-canção. Foi tão emocionante como numa festa de amigo oculto. Todo mundo devia comemorar o Dia dos Pais. É, talvez, a data mais importante para nós homens.




*É Professor em Porto Velho.